A atividade industrial em setembro se mostrou mais aquecida na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira, 26, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice que mede a evolução da produção ficou em 59,1 pontos em setembro. No mesmo mês de 2019, o número era de 48,8. Também houve um avanço de 0,4 em relação a agosto deste ano. Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção.

No levantamento, a CNI destaca que a atividade industrial mostrou nova aceleração em setembro, com aumento significativo das contratações. O índice de evolução do número de empregados chegou a 55,3 pontos no mês passado, contra 49 de setembro de 2019 e 53,8 de agosto deste ano.

“Com a nova alta, a indústria operou acima do usual para o mês, com utilização da capacidade instalada acima do registrado nos últimos anos”, aponta a CNI.

Segundo a entidade, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 72% em setembro, aumento de 1 ponto porcentual em relação a agosto. “Com a alta, a UCI do mês de setembro passa a situar-se 3 p.p. acima do registrado em setembro de 2019, se iguala ao porcentual registrado em setembro de 2014 e supera o registrado no mesmo mês de todos os anos subsequentes”, afirma.

Já o índice de UCI efetiva em relação ao usual aumentou 2,7 pontos em setembro, para 50,4, comparado a agosto. Em relação a setembro de 2019, o crescimento foi de 7,5 pontos. De acordo com a CNI, desde novembro de 2010, quando registrou 50,5 pontos, o índice não mostrava aquecimento excepcional da atividade industrial.

Situação financeira

A CNI também destaca que a recuperação mais rápida e intensa que prevista fez com que melhorasse a situação financeira das empresas. “O empresário mostra satisfação com a situação financeira e insatisfação apenas moderada com relação às suas margens de lucro. O acesso ao crédito é mais fácil que nos dois trimestres anteriores, mas ainda é mais difícil que antes da pandemia, no último trimestre de 2019”, aponta.

O índice de situação financeira do terceiro trimestre de 2020 atingiu 52,4 pontos ante 42,5 do segundo trimestre, e 47,2 do terceiro trimestre de 2019. O índice de acesso ao crédito nos meses de julho a setembro deste ano ficou em 41,5 pontos. No segundo trimestre, era de 33,1.

Por outro lado, mesmo com as altas na produção, a CNI aponta que os estoques seguem em queda e abaixo do desejado pela indústria. Segundo a entidade, a falta ou alto custo de insumos tornou-se o principal problema enfrentado pelas empresas no terceiro trimestre e elevada carga tributária caiu para a segunda posição.

“A alta volatilidade e a intensa desvalorização do real em relação ao dólar americano, com efeitos nos preços de insumos, fez com que a taxa de câmbio subisse da quarta para a terceira posição entre os principais problemas da indústria”, ressalta a CNI.

O índice de evolução dos estoques ficou em 44,7 pontos em setembro, contra 46,3 de agosto, e 50,4 pontos de setembro do ano passado.

Já as pontuações relacionadas à expectativa da indústria apresentaram crescimento geral em relação ao ano passado. De demanda, o índice foi de 56,7 em outubro de 2019 para 61,6 no mesmo mês deste ano.