A inflação sentida pela população idosa passou de um avanço de 1,93% no terceiro trimestre para uma elevação de 2,81% no quarto trimestre de 2020, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos de idade, acumulou uma elevação de 5,69% no ano de 2020.

Com o resultado, a variação de preços percebida pela terceira idade ficou acima da taxa de 5,17% acumulada em 2020 pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que apura a inflação média percebida pelas famílias com renda mensal entre um e 33 salários mínimos. No quarto trimestre, o IPC-BR teve elevação menos acentuada que a do IPC-3i, 2,69%.

Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação, que passou de uma alta de 2,74% no terceiro trimestre para 5,91% no quarto trimestre. O item hortaliças e legumes saiu de uma queda de 17,05% para uma elevação de 15,79% no período.

Os demais acréscimos ocorreram nos grupos: Habitação (de 1,72% para 3,40%), Vestuário (de -0,73% para 0,54%) e Educação, Leitura e Recreação (de 4,65% para 5,40%). Houve influência dos itens: tarifa de eletricidade residencial (de 3,91% para 11,68%), roupas (de -1,00% para 0,54%) e cursos formais (de -2,04% para 1,76%).

Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Transportes (de 2,89% para 2,23%), Comunicação (de 0,92% para 0,42%), Despesas Diversas (de 0,86% para 0,45%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,44% para 0,39%). Os destaques partiram dos itens: gasolina (de 8,64% para 3,40%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 1,68% para 0,32%), serviços bancários (de 1,04% para 0,30%) e medicamentos em geral (de 1,37% para 0,46%).