Em meio a um cenário de preços nominais recordes da soja no País, representantes de indústrias que compram o grão estão preocupadas com a margem de lucros nos próximos meses. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP), há muitas incertezas quanto ao abastecimento da matéria-prima no segundo semestre.

Os preços da soja seguem renovando as máximas nominais em algumas regiões, informou o Cepea, especialmente nos portos.

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Apesar disso, nem todas as praças do interior do País tinham absorvido essa valorização do grão nos portos, principalmente quando se considera o valor pago ao produtor (mercado de balcão).

Segundo o centro, produtores do Sul do Brasil e da região paulista de Sorocabana (oeste do Estado) já negociam a soja na casa dos R$ 100 por saca de 60 kg.

A sustentação vem da boa demanda, especialmente para exportação, e da menor oferta.

Quanto ao Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR), entre 8 e 15 de maio, registrou alta de 3,9%, fechando a R$ 115,83 por saca de 60 kg na sexta-feira (15).

Por sua vez, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,9% no mesmo período, a R$ 107,50 por saca de 60 kg, no mesmo dia.

De acordo com pesquisas do Cepea, indústrias indicam que estão conseguindo repassar a alta dos preços do grão aos derivados, contribuindo para que a margem de esmagamento não ceda expressivamente.