O artigo da polêmica

Mais uma polêmica sobre o Código Florestal, aprovado há dois anos, promete abrir uma temporada nervosa de judicialização em processos de regularização ambiental. Desta vez, está em xeque o artigo 68, pelo qual as propriedades  com desmate de 50% no bioma amazônico, realizado anteriormente aos anos 1990, estão desobrigadas de recompor a reserva legal, que de acordo com o novo Código Florestal, prevê 80% de cobertura. Produtores de São Paulo e do Rio Grande do Sul já entraram na Justiça para que a lei seja estendida, desobrigando-os a realizar a recomposição de áreas do Cerrado paulista e do Pampa gaúcho.

Tá na conta

A Mosaic, maior produtora global de fosfatados e potássio combinados, matéria-prima para fertilizantes, concluiu no mês passado o processo de compra das unidades de fertilizantes da Archer Daniels Midland (ADM) no Brasil e no Paraguai. Anunciado em abril, por US$ 350 milhões, o negócio incluiu quatro novas unidades misturadoras e armazéns no País, mais uma fábrica e um terminal fluvial no país vizinho. O presidente da Mosaic no Brasil, Tobias Grasso, afirma que se aparecerem oportunidades, os investimentos devem continuar. 

Doidos por Cuba

A Coalizão Americana de Agricultura para Cuba (Usacc, na sigla em inglês), entidade que reúne 20 associações agrícolas de peso dos Estados Unidos, está alinhada com o ministro da Agricultura americana, Tom Vilsack, para não deixar passar as oportunidades de negócios que começam a surgir, depois que a Casa Branca decidiu reatar relações diplomáticas com a ilha caribenha. Até o ano passado, segundo as regras do embargo econômico vigente, os americanos já vendiam aos cubanos US$ 3 bilhões em alimentos por ano. Agora, esse valor pode ser multiplicado várias vezes por empresas interessadas no comércio entre os dois países, como as gigantes Cargill, Caterpillar e ADM. 

Na contramão

O relatório Dairy: World Markets and Trade, apresentado no mês passado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), prevê para 2015 uma menor produção mundial de leite, depois de três anos de altas consecutivas. No  Brasil, porém, o caminho deve ser inverso. A produção de 2014 deve fechar em 35 bilhões de litros, ante 34 bilhões do ano anterior. Para 2015 é esperada uma produção pelo menos 3% maior.