O homem que se apresentou nesta quinta-feira, 23, para confessar envolvimento no assassinato do indigenista Bruno Pereira e do repórter Dom Phillips foi transferido no final da tarde.

Gabriel Dantas, 26, deixou o 77º Distrito Policial, na região central da capital paulista, rumo à superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo. O inquérito sobre o duplo homicídio é conduzido pelas autoridades federais. A PF ainda não confirmou se ele está entre os suspeitos já identificados na investigação.

A transferência ocorreu sob forte escolta policial. O suspeito estava encapuzado e não falou com a imprensa.

Para os delegados de Polícia Civil que ouviram o suspeito, a versão que ele conta parece crível. Primeiro, por causa da “riqueza de detalhes”. Além disso, as primeiras informações colocadas à prova foram confirmados, segundo os policiais.

Em depoimento, Dantas relatou, por exemplo, que viajou de Atalaia do Norte, no Amazonas, até São Paulo. O trajeto teria sido feito de barco e de carona, passando por Manaus (AM), Santarém (PA), Trairão (PA), Cuiabá (MT), Guarantã do Norte (MT) e Rondonópolis (MT). Um caminhoneiro foi ouvido em Rio Verde, em Goiás, e confirmou que deu carona ao suspeito. Segundo a polícia, ele não sabia do crime e tentou ajudá-lo.

“É normal na estrada. Ele disse que não tinha dinheiro, que estava em uma situação em uma situação muito difícil, que brigou com a mulher. Ele pediu uma ajuda. Esse caminhoneiro é uma pessoa religiosa, evangélico, e achou bom bem ajudar. Inclusive levou até a própria casa dele em Mococa. A esposa desse caminhoneiro também acabou recebendo o Gabriel na casa dela. E depois veio a São Paulo”, explicou o delegado Roberto Monteiro, da Delegacia de Polícia Civil Seccional Centro.