A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), avançou 1,1% em janeiro deste ano ante dezembro de 2021, registrando 76,2 pontos, informou a entidade nesta segunda-feira, 31. Embora siga abaixo do nível de satisfação de 100 pontos (o que acontece desde abril de 2015), o ICF de janeiro foi o maior desde maio de 2020 (81,7 pontos), início do pagamento do Auxílio Emergencial pelo governo federal. Na comparação com janeiro de 2021, o ICF registrou alta de 3,6%.

Segundo a CNC, entre os componentes do ICF, o destaque foi o índice Emprego Atual, com aumento de 2,6% ante dezembro de 2021. O índice de Perspectiva de Consumo também mostrou expansão de 2,5%, a segunda consecutiva, além de alcançar o maior patamar desde abril de 2020 (81,0 pontos). Já o indicador Renda Atual, apesar da inflação elevada, atingiu o melhor nível desde junho de 2021, com 82,7 pontos, alta de 0,5% em janeiro.

Por outro lado, o indicador de Acesso ao Crédito apresentou a queda mais expressiva da pesquisa, 1,0% em relação a dezembro de 2021 e 7,4% na comparação com janeiro de 2021. A redução está relacionada ao encarecimento do crédito, segundo a CNC.

“Isso é consequência do aumento dos juros, ocasionado pela alta inflacionária, que também reduz o poder de compra. Ambos os fatores representam maiores dificuldades para os consumidores”, diz a nota divulgada pela entidade.

Além disso, o índice Momento para Duráveis teve a quinta retração mensal seguida, de 0,8%, e uma queda de 5,7% na comparação com janeiro de 2021. Entre os consumidores, 75,0% acreditam ser um momento negativo para compras desse tipo de produto, porcentual um pouco abaixo do 75,2% observados em dezembro de 2021.

Desagregando por grupos de renda, para as famílias com ganhos abaixo de dez salários mínimos, o ICF mostrou crescimento mensal de 1,1% e anual de 1,7%. Já na faixa com renda superior a dez salários mínimos, as altas foram de 1,0% em relação ao mês anterior e de 10,5% na comparação com janeiro de 2021, “revelando que as famílias com maior renda estão evoluindo mais favoravelmente em relação ao ano passado e sendo mais beneficiadas com a flexibilização do isolamento social”, diz a CNC.