Ribeirão Preto, 14 – A INTL FCStone elevou nesta terça-feira, 14, a previsão do processamento de cana-de-açúcar nas usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil na safra 2019/2020. A consultoria prevê moagem de 574,2 milhões de toneladas, alta de 1% ante o total de 568,6 milhões de toneladas estimado no levantamento anterior, em março. A previsão representa leve alta de 0,2% ante os 573,1 milhões de toneladas de cana processadas na safra 2018/2019.

Segundo o relatório dos analistas João Paulo Botelho e Matheus Costa, a alta na previsão ocorre pela melhora nos canaviais após chuvas volumosas em fevereiro e março na região, o que deve ampliar a produtividade das lavouras a serem colhidas no segundo semestre.

No cinturão canavieiro do Centro-Sul, as chuvas entre março e a primeira quinzena de maio acumularam, em média, 324,7 milímetros (mm), já contando a previsão para os dias iniciais deste mês. O volume é 67% acima de igual período no ano passado e 12% maior do que a média histórica.

Com mais chuvas, a produtividade agrícola da cana deve atingir 73,2 toneladas por hectare em 2019/2020, ante 72,5 toneladas/ha na estimativa anterior. Mas as precipitações devem afetar negativamente na qualidade da cultura. Segundo os analistas, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada deve cair 0,7% entre as safras, de 137,9 kg/t de 2018/2019, para 136,9 kg/t estimados em 2019/2020.

A persistente queda no preço do açúcar e a alta no preço do petróleo levaram a INTL FCStone a elevar, mais uma vez, o mix de destino cana para a produção de biocombustível. Essa fatia saiu de 60,3% para 62,9% em 2019/2020 entre as estimativas de março e a de hoje, mas deve ficar abaixo dos 64,8% de mix de 2018/2019.

A produção de etanol de cana deve ser de 29,1 bilhões de litros, alta de 1,5 bilhão de litros ante a estimativa de março, de 27,6 bilhões de litros, mas queda de 3,5% sobre os 30,2 bilhões de litros da safra 2018/2019. A produção de hidratado de cana deve recuar 7%, para 19,8 bilhões de litros, e o volume de anidro de cana deve avançar 5%, para 9,4 bilhões de litros entre as duas safras no Centro-Sul.

A produção de etanol de milho foi mantida 1 bilhão de litros, alta de 31,4% em relação aos 800 milhões de litros de 2018/2029. A oferta total de etanol deve sair de 31 bilhões para 30,1 bilhões de litros.

A consultoria reduziu a previsão do mix de destino da cana para a produção do adoçante de 39,7% para 37,1% em 2019/2020, ante 35,2% em 2018/2019. Com um pouco mais de cana destinada ao açúcar entre as safras, a produção no Centro-Sul deve ficar em 27,8 milhões de toneladas, alta de 4,7%, ou 1,3 milhão de toneladas, sobre os 26,5 milhões de toneladas de 2018/2019, mas 1,7 milhão de toneladas inferior à estimativa de março, de 29,5 milhões de toneladas para 2019/2020.