Está marcado para o primeiro trimestre de 2021 o leilão da Ferrogrão, o projeto de infraestrutura mais ambicioso do País. O marco da ferrovia acessa o coração da soja em Mato Grosso, em Sinop, e avança rumo ao Norte do País, paralelamente à rodovia BR-163, a Cuiabá-Santarém, até alcançar os portos fluviais de Miritituba, no Pará.

Os números amazônicos da Ferrogrão dão a dimensão do desafio financeiro. Só a construção da ferrovia é estimada R$ 8,4 bilhões, sem incluir trens e vagões. O prazo de concessão, em outros projetos fixado em 30 anos, está previsto para 69 anos.

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O governo é hoje o responsável por fazer com que o projeto possa vingar. O DNA da Ferrogrão, no entanto, está impregnado de iniciativa privada. Os pais da criança são as “tradings”, quatro gigantes da importação e exportação de commodities agrícolas, as “ABCD”, como são conhecidas ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, além da Amaggi e DLP.

No início do mês, a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do Ministério da Infraestrutura resolveu testar o interesse dos investidores e enviou alguns convites para uma rodada de reuniões fechadas. Recebeu respostas para 22 agendamentos.

Para carimbar um selo ambiental no projeto, a Ferrogrão vai permitir a captação dos chamados green bonds e green loans, o dinheiro verde que, cada vez mais, tem pautado as transações de capital internacionais. A alternativa foi criada a partir de um convênio com a Climate Bond Initiative, em 2019.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.