Numa tarde do início de julho, o pecuarista Caio Penido Dalla Vechia, 45 anos, nadava num braço do rio das Mortes. Esse curso d’água, que banha o estado de Mato Grosso, corre por 1,2 mil quilômetros até encontrar o rio Araguaia, o mítico ponto que marcou a História do Brasil desbravador rumo a um sertão desconhecido. No rio das Mortes, os braços são locais de águas mansas que se formam no período seco do ano, atraindo pescadores e gente interessada nas belezas da bacia Araguaia-Tocantins. Naquele dia, Caio Penido, como é conhecido no setor do agronegócio, não estava sozinho. O banho no rio que passa por sua fazenda, a Água Viva, no município de Cocalinho (MT), foi um raro momento de descanso em meio a uma maratona de 48 horas que durou o 9º Dia de Campo Liga do Araguaia. Na agenda, estavam a realização de um leilão de gado com 2 mil animais, a coordenação de um circuito de palestras sobre gestão, preservação e mercado, e uma excursão com visitantes de várias partes do País às fazendas da região.

“Nós estamos às vésperas de uma grande mudança na pecuária” Caio Penido,da fazenda Água Viva e um dos mentores da Liga do Araguaia 

 

Vida nova A pecuarista Téia Fava diz que saiu do papel de dona de fazenda para o de produtora rural (Crédito:Divulgação)

Eles conheceram projetos pecuários e também grutas, fervedouros e paisagens naturais que podem ser um chamariz para aquecer o agroturismo local. Além disso, Penido ratificou uma parceria com a indústria frigorífica, visando intensificar a produção nas propriedades da região. No caso, com a JBS, a segunda maior empresa global de alimentos, que faturou R$ 187 bilhões no ano passado. Com um dia de campo robustecido, sua ideia era mostrar que o Vale do Araguaia não mais merece o título de “vale dos esquecidos”, como foi chamado no passado por causa de conflitos agrários. “Estamos às vésperas de uma grande mudança na pecuária”, diz ele. “Pela demanda global por proteína, que vai ser crescente e gerar oportunidades, quem estiver preparado vai colher mais frutos.”

Penido não é uma voz solitária no vale. Ele faz parte de um grupo chamado Liga do Araguaia, no qual estão 63 fazendeiros com propriedades em 13 municípios. A região do Médio Araguaia é composta por 31 municípios, que ocupam 8,5 milhões de hectares – duas vezes a área do estado do Rio de Janeiro –, dos quais 3,8 milhões são de pastagens. As fazendas do grupo ocupam cerca de 150 mil hectares – o tamanho da cidade de São Paulo. Atualmente, elas abatem 25 mil bovinos por ano. Poderiam ser 78 mil abates, caso a produção já estivesse intensificada, com pastos resultando em mais quilos de carne por hectare. “A Liga do Araguaia surgiu um pouco de uma percepção dos pecuaristas em se sentirem sempre injustiçados, um pouco perseguidos, mesmo quando buscam sustentabilidade”, afirma Penido. “Então, começamos a pensar o que fazer para provar que somos sustentáveis.”

“Para ter resultado, é preciso fazer diferente” Antonio Chaker, coordenador da consultoria Inttegra (Crédito:Divulgação)

Criada em 2014, a Liga do Araguaia se autodenomina um movimento social. E se engana quem tenta enquadrar o grupo como uma associação corporativista ou entidade de classe formalizada e com estatuto. É fácil entender o movimento Liga do Araguaia tomando por base o que pode acontecer na pecuária, como tem ocorrido em quase todos os setores da economia: a concentração de uma atividade em poucas mãos.

Na era da transformação tecnológica, o grande tende a comprar o pequeno. “A pecuária deve passar por um momento de consolidação de grupos”, diz Penido. “Mas nós acreditamos que a intensificação inclusiva pode brecar o êxodo no campo.” Intensificação inclusiva é produzir, por exemplo, utilizando o sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), ou a ILPF, com floresta, ou mesmo o cultivo de pasto manejado para ter capim de alto valor proteico. É, também, apostar em boas práticas de gestão e de conservação da vegetação nativa, no bem-estar animal, na agregação de valor ao vender o rebanho e na exploração de um nicho de mercado representado pelo agroturismo.

Sob encomenda Na fazenda Água Preta, da família Annicchino, o gado cruzado com raça Rubia galega vai para a rede Pão de Açúcar (Crédito:Divulgação)

OPORTUNIDADE Em todo o mundo o turismo é um negócio limpo e extremamente rentável. No ano passado, 1,4 bilhão de turistas circularam pelo planeta, gerando um movimento de US$ 1,5 trilhão, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, agência das Nações Unidas. O valor cresceu 7,5% ante 2017, mesmo com a economia global emperrada e andando de lado. A estimativa é de que, até 2030, cerca de 1,8 bilhão de turistas circulem pelo mundo, todos os anos. A boa notícia é que metade deles deve visitar países de economias emergentes, a exemplo do Brasil. E aí está uma grande oportunidade para o agronegócio nacional.

“Na fazenda, usamos menos área do que a lei permite” Alexandre Annicchino, da fazenda Água Preta (Crédito:Divulgação)

O grupo de produtores, que promove ações como leilões e dias de campo, faz um chamamento para que celebridades do meio urbano sejam convencidas do papel da agropecuária para alimentar o mundo. Nesse dia de campo, por exemplo, estava o ator e ambientalista Victor Fasano. “Precisamos de porta-vozes na sociedade urbana que entendam o nosso papel”, diz Penido. “Temos duas vocações ao cumprir nosso papel social: somos produtores de alimentos e protetores do meio ambiente”, afirma ele.

O que ocorre, de fato, é que a pecuária do Vale do Araguaia está entrando numa corrida contra o tempo. Na última década, a agricultura chegou com força em toda a região leste de Mato Grosso. Primeiro, veio a soja, tomando áreas de pastagens degradadas e se tornando um colosso. O estado produz 68 milhões de toneladas de grãos e fibras, das quais 32 milhões (quase 50%) de toneladas são de soja. No Vale do Araguaia, a cultura, que soma 6,3 milhões de toneladas, é a que mais cresce. De acordo com a Agroconsult, que promove o Rally da Safra, está na ordem de 15% ao ano de área plantada, ante a média de 2% a 5% nas demais regiões. Nos últimos anos, o cultivo de milho cresceu sem parar no leste de Mato Grosso, para suprir a demanda da indústria de etanol à base do cereal. Agora, no caso da pecuária, o estado que abate atualmente 5,4 milhões de bovinos e produz 1,2 milhão de toneladas em equivalente carcaça, dentro de uma década deverá abater 7,3 milhões de animais para processar 2 milhões de toneladas de carcaças. A pergunta é: quanto desse quinhão caberá ao Vale do Araguaia?

Para o zootecnista Antônio Chaker Neto, coordenador do Instituto Terra de Métricas Agropecuárias (Inttegra), que no início deste ano lançou o livro “Como ganhar dinheiro na pecuária”, é possível às propriedades pecuárias pontuarem bem nessa corrida contra o tempo. “Mas precisa começar já, porque há fazendas que não fazem a gestão do mínimo, que é colocar no papel o orçado e o realizado”, diz ele. “Boi é commodity. Para ter resultado, é preciso fazer diferente do que todo mundo faz.” Na prática, Chaker Neto propõe que o pecuarista trabalhe com foco, meta e monitoramento. No dia de campo, ele foi um dos palestrantes. A pecuarista Téia Fava, 55 anos, dona da fazenda Estrela do Sul, de 2 mil hectares, no município de General Carneiro, estava na plateia. Filha de fazendeiro, Téia está no batente há 33 anos. “Venho de uma família de pecuaristas tradicionais”, diz ela. “Mas foi a Liga do Araguaia que me trouxe a percepção de que eu tinha de intensificar.”

Téia nunca havia usado calcário nos pastos, trator com GPS ou drone. Com um rebanho de cria de 1,1 mil animais e venda de 350 bezerros por safra, além das vacas de descarte, ela investiu R$ 386 mil para recuperar 303 hectares. E deve sair de uma média anual de 0,4 Unidade Animal (UA) – 450 quilos de peso vivo –, por hectare, para 2,4 UA no próximo mês de dezembro, quando fecha o ciclo. A média em Mato Grosso é de 0,7 UA por hectare. “Entrei na tecnologia da agricultura para tomar conta do meu pasto como se ela fosse uma cultura de grãos. Passei da condição de dona de fazenda para à de produtora rural.”
AMBIENTAL Téia integra um dos quatro projetos da Liga do Araguaia, chamado Campos do Araguaia, onde estão 60 fazendas, com área total de 130 mil hectares. O foco do programa é a regularização ambiental das propriedades, visando o estabelecimento correto das áreas de reserva legal e de proteção permanente, as APPs. O projeto tem o apoio da The Nature Conservancy (TNC), uma das maiores organizações ambientais do mundo, presente em 35 países, e da Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH, na sigla em inglês), financiada pelos governos da Noruega, Holanda, Suíça e Dinamarca. Outro projeto é o Carbono Araguaia, onde estão 24 fazendas, com área total de 82 mil hectares. Com o apoio da americana de biotecnologia Corteva Agriscience, a produção de estoques de carbono no solo vem sendo monitorada para gerar dados da região.

“Estar com a Liga do Araguaia nos interessa” Fábio Dias, diretor de Relações com Pecuarista da JBS (Crédito:Divulgação)

Os outros dois projetos são o Garantia Araguaia, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), para monitorar a conservação de florestas, aliada às práticas de manejo, e o Raízes Araguaia, uma parceria com a empresa Raízes Desenvolvimento Sustentável, especializada em negócios sustentáveis, como turismo e inclusão de comunidades. Uma população de cerca de 15 mil índios da etnia xavante, que habita o leste de Mato Grosso, está espalhada por 12 áreas nessa região. “A Liga do Araguaia vai se consolidando em torno dos vários projetos nos quais os produtores vão se engajando”, diz Penido. “É por isso que não vamos derivar para uma associação. Mas, a partir de 2020, podemos começar a discutir um modelo mais moderno, como formar uma empresa na qual os produtores tenham participação.”

Penido destaca que evoluir na organização da Liga do Araguaia é uma ideia, enquanto novos projetos entram na agenda. No dia de campo, a parceria assinada com a JBS consiste em oferecer aos produtores consultoria em gestão, durante 3 anos. As 10 fazendas que já aderiram ao projeto e as que entrarem daqui para a frente terão 80% do custo da consultoria da Inttegra bancados pela JBS no primeiro ano, 50% no segundo e 20% no terceiro. Ainda estão na parceria a Esalq/USP, de Piracicaba (SP), e a Imaflora. E o produtor não tem o compromisso de venda casada. Fábio Dias, diretor de Relações com Pecuarista na JBS, diz que o objetivo é encontrar agendas comuns entre a indústria e pecuaristas, na busca de mais arrobas por hectare ao ano. “Estar com a Liga do Araguaia nos interessa porque o grupo é focado em produção conservacionista”, diz. “E está em uma região em que a pecuária é volumosa.” O Brasil tem 212 milhões de bovinos, dos quais 31 milhões estão em Mato Grosso.
Desde 2017, a JBS é fornecedora exclusiva de hambúrguer ao McDonald’s no País, onde a rede possui 970 restaurantes. A empresa não divulga dados, mas a estimativa do mercado é de que o consumo local beire 40 mil toneladas de hambúrgueres por ano. A importância do assunto é tamanha, que Rachel Sherman, diretora Global de Sustentabilidade do McDonad’s Corporate, com sede em Nova York, também participou do evento da Liga do Araguaia. “Estamos olhando para as metas de sustentabilidade do Acordo de Paris”, diz ela. “E queremos trabalhar com os produtores para que as fazendas sejam sustentáveis”. A empresa possui cerca de 36 mil restaurantes em 101 países e serve 68 milhões de refeições por dia.

DIFERENCIAL Penido, que também é presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), órgão que reúne entidades, produtores, pesquisadores e a iniciativa privada, diz que o setor precisa se apropriar do ambiente como uma vantagem competitiva. “Se temos reserva legal, APP e biodiversidade, isso tem de ser um diferencial e uma fonte de renda”, afirma. “Ainda não recebemos por serviços ambientais, mas no futuro é uma possibilidade, com o McDonald’s, por exemplo, que vai em busca desse tipo de projeto.” É justamente por isso que um dos trabalhos da Liga do Araguaia é medir o sequestro de carbono nas fazendas.

Já os serviços ambientais são uma nova e desafiadora fronteira, porque a proposta do setor é receber pagamento por preservar e conservar fauna e flora. Mas eles passam por políticas públicas. “O governo não vai nos pagar, porque está quebrado, mas precisa nos ajudar na esfera internacional a criar essas ferramentas”, observa Penido. Ele acredita que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, fechado recentemente, pode alavancar esse mercado e que faz parte da tarefa do governo em mostrar que países como Alemanha e França não deveriam atacar o Brasil, dando-lhe a pecha de desmatador, mas propor políticas de como preservar e valorizar o produtor. “A presidente da Alemanha, Angela Merkel, que nos atacou recentemente, precisa ser convencida de que o seu papel é nos ajudar a manter nossos 60% de matas nativas”, diz ele. “A Liga do Araguaia quer participar da criação desse mercado de crédito de carbono, com o mundo monetizando e pagando por nossos serviços ambientais.” No ano passado, a Europa importou US$ 15 bilhões em produtos agrícolas do Brasil, dos quais 7% foram de carne bovina.
As grandes corporações, como JBS, Marfrig e Minerva, estão de olho nos movimentos dos produtores que buscam alternativas para melhorar suas fazendas. “Elas sabem que o pecuarista quer ganhar mais”, destaca Penido. “E estão começando a criar modelos para não perder fornecedores, onde a solução tem de ser um ganha-ganha para todos.”

Seguindo esse conceito, a fazenda Água Preta, de 38 mil hectares que também fica no município de Cocalinho, fez uma parceria com o grupo Pão de Açúcar, rede varejista que fatura cerca de R$ 45 bilhões por ano. A propriedade cria cruzados de nelore com a raça espanhola rúbia gallega. O produto é específico para uma marca exclusiva do Pão de Açúcar, onde apenas carne de fêmeas jovens vão para as gôndolas – por ser mais macia do que a dos machos – e recebe um prêmio de 20% sobre o preço da arroba do boi gordo.

Com 6,4 mil matrizes, a fazenda, que pertence ao produtor Walter Annicchino, tem abatido na JBS 3 mil novilhas nas últimas safras. A partir de 2020, também vai criar os machos em confinamento, como ocorre hoje com as fêmeas, elevando o abate para 5 mil animais. “Para a nossa pecuária já usamos menos área do que a lei permite. Ou seja, preservamos além da conta”, conta Alexandre Annicchino, 30 anos, herdeiro e administrador da propriedade. Hoje, são utilizados 15 mil hectares para o gado, preservando 60,5% da área. Por lei, no bioma Cerrado, o produtor é obrigado a preservar 35%. “Tenho excedente, mas preferiria prestar serviço ambiental a abrir a área que é de varjão.” Varjão, em geral, são terras com problema de drenagem, porém podem ter forrageiras tolerantes à umidade.

AGROTURISMO A Água Preta é uma das propriedades que fazem parte da Liga do Araguaia desde o seu nascimento. Já foi sede de um dos dias de campo e em julho foi parte do roteiro. É nessa fazenda que está uma das atrações com grande potencial para atraria visitantes interessados no agroturismo: a Gruta Azul, com um belo lago em tom turquesa. “A Liga do Araguaia cria uma força na região”, diz Annicchino. “Porque um pode servir de modelo e inspiração para o outro, como uma corrente.” A Gruta Azul é quase vizinha da Água Viva, de Penido, onde ele conserva 2 mil hectares e produz em outros 3 mil, com um rebanho de 1,4 fêmeas de angus com nelore. “Na Liga, mostramos que é possível mudar”, afirma Annicchino. “Há 5 anos, quando comprei a fazenda, era uma área abandonada. Hoje, é referência, porque apostamos nela.”

Tem onça na minha fazenda
Proteger esse felino é uma declaração de que o ambiente está em equilíbrio

ATIVISMO Para o ator e ambientalista Victor Fasano, o produtor
deve resgatar o papel de protetor dos animais, em especial da onça-pintada (Crédito:Divulação)

 

A onça-pintada, o maior felino do continente americano, que pode chegar a 135 quilos e 75 centímetros de altura, ainda é vista como uma vilã na pecuária. Como carnívoras, as onças sempre representaram um problema nas fazendas. Elas comem bezerros e não são poucos, quando a oferta de caça é pequena. As mortes por ataques desse predador podem chegar a 2% dos bezerros nascidos, uma perda não muito distante da morte por diarreia em recém-nascidos, uma das doenças mais comuns e que, na média, pode levar a óbito 5% dos bezerros em rebanhos de corte bem.

Mas há solução para ambos os casos: uma se dá através de remédios e outra, por manejo e consciência ambiental. Por estar no topo de uma cadeia alimentar, a presença da onça-pintada em uma propriedade rural significa que a natureza naquele espaço está em equilíbrio. “Isso tem um valor imenso”, diz o ator e ativista ambiental Victor Fasano, 61 anos. “Por isso, é o fazendeiro que precisa resgatar o papel de protetor desses animais.” Para ele, são as parcerias entre pesquisadores, agropecuaristas e governo que podem proteger esses animais. Fasano, que mora no Rio de Janeiro, há cerca de 30 anos é dono de um criadouro de animais em extinção, entre eles a jacutinga, a harpia e os mutuns.

ARUBA48

Também chamada de jaguar, a onça é natural de toda a América. Ela é nativa do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Mas os americanos já a consideram oficialmente extinta. Em outros países, como o México, ela é rara. No Brasil, sua condição é de vulnerabilidade, e é aí que o produtor entra no jogo. Na maior parte das regiões nordeste, sul e sudeste, ela praticamente desapareceu. Mas ainda resiste em quantidade nas áreas de floresta, cerrado e pantanal. Fasano dá como exemplo de trabalho a ser abraçado pelos produtores o Instituto Onça-Pintada (IOP), Organização Não-Governamental, com sede em Mineiros (GO), da qual é um apoiador institucional.

O IOP foi criado em 2002 pelos biólogos Leandro Silveira e Anah Tereza de Almeida Jácomo. Em 2016, nasceu o Certificado Onça-Pintada, destinado a produtores e empreendimentos localizados em áreas de ocorrência de onças que utilizam práticas de manejo para conviver com o animal. Entre elas, os corredores ecológicos e a preservação de suas caças naturais, como os catetos, queixadas, capivaras, tatus e veados. “Preservar requer pesquisa e conhecimento sobre a onça”, diz Fasano. “O que o IOP faz é mostrar, com ciência, que é possível a convivência desse animal com a da produção de alimento.”