À frente das negociações com governos estaduais e parlamentares para tratar da venda de ativos da Petrobras, o diretor de Relações Institucionais da estatal, Roberto Ardenghy, disse ao Estadão/Broadcast que, ao decidir se desfazer de unidades nas regiões Norte, Nordeste e Sul do País, a empresa está seguindo a lógica econômica dos concorrentes. Em resposta, governadores das três regiões se reuniram na campanha ‘Petrobras, fica!’, liderada pelo Senado.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

A Petrobras está conversando com os senadores envolvidos na campanha “Petrobras, fica!”?

A gente mantém diálogo constante com deputados e senadores. A covid-19 atrapalhou um pouco a agenda das comissões. Mas já indicamos nossa vontade de, a qualquer momento, sentar para conversar.

O movimento parlamentar e de governos estaduais pode alterar a agenda de desinvestimentos?

Achamos que não. A lógica econômica se impõe e mostra que esse movimento da Petrobras é positivo para nós e para as economias regionais.

Como está a discussão com os Estados sobre as dívidas de ativos postos à venda?

Estamos em diálogo com os governos estaduais. Quando for o momento certo, vamos apresentar o comprador do ativo aos governos. No Rio Grande do Norte, por exemplo, temos um grupo de trabalho. E estamos vendo como vai ser feita essa transferência para que aconteça com o menor impacto possível.

É possível que, em algum momento, a Petrobras volte a ter posição de destaque no Nordeste?

Se a gente conseguir confirmar as expectativas nas bacias do Potiguar, Ceará-Maranhão, na margem equatorial, onde a Petrobras faz trabalhos geológicos, a gente vai voltar. Não temos nenhum problema. No Brasil, 94% das bacias ainda têm que ser avaliadas para a ocorrência de petróleo. Então, há uma grande oportunidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.