A trading de commodities agrícolas Archer Daniels Midland (ADM), dos Estados Unidos, obteve lucro de US$ 689 milhões, ou US$ 1,22 por ação, no primeiro trimestre deste ano, informou a companhia nesta terça-feira, 27. O resultado representa aumento de 43,2% ante os US$ 391 milhões, ou US$ 0,69 por ação, registrados um ano antes.

Em termos ajustados, o lucro ficou em US$ 1,39 por ação. A receita aumentou 26,18%, para US$ 18,89 bilhões. Analistas consultados pela FactSet esperavam lucro ajustado menor, de US$ 1,04 por ação, e receita de US$ 16,28 bilhões.

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A ADM disse que o lucro operacional ajustado na Divisão de Serviços Agrícolas e Oleaginosas da companhia, que compra, transporta e processa soja e sementes, aumentou 84,1% no primeiro trimestre ante igual período do ano passado, de US$ 422 milhões para US$ 777 milhões. Os ganhos do segmento na América do Norte foram impulsionados pela forte demanda chinesa, enquanto na América do Sul os resultados foram prejudicados pelo cenário mais adverso, com os impactos negativos do atraso na colheita, o aumento nos custos com frete e a redução nas vendas dos agricultores, relata a empresa.

No segmento de Nutrição, que produz e vende proteínas, ingredientes e outros produtos à base de plantas, o lucro operacional ajustado chegou a US$ 154 milhões, aumento de 8,45% em comparação com os US$ 142 milhões verificados em igual período do ano passado, informa a ADM. O crescimento se deve, em parte, às vendas de produtos para nutrição humana. A comercialização de produtos para nutrição animal teve uma piora ante o primeiro trimestre de 2020, refletindo os efeitos da pandemia do novo coronavírus, como a queda na demanda e aumento nos preços dos insumos, especialmente na América do Sul.

Já a Divisão de Soluções de Carboidratos registrou lucro de US$ 259 milhões, ante US$ 68 milhões reportados nos primeiros três meses do ano passado.

Este é o sexto trimestre consecutivo que a ADM reporta crescimento no lucro operacional ajustado. Assim como outras empresas do setor, a americana segue ajustando suas operações e finanças para lidar com os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Parte desses esforços é a transformação estratégica da empresa, que deve focar em produtividade e inovação para potencializar os lucros, comenta o CEO da companhia, Juan Luciano, em comunicado enviado a investidores e à imprensa. “Estamos vendo tendências de demanda claras e favoráveis para muitos de nossos produtos e esperamos que esse padrão continue com a vacina e o afrouxamento das restrições pelo mundo.”

“Levando todos esses fatores em consideração, nossa perspectiva hoje é ainda mais otimista do que a que compartilhamos no início do ano. Esperamos um crescimento significativo ano a ano nos ganhos em todos os três de nossos negócios em 2021 e continuado sustentável crescimento nos próximos anos”, acrescenta o CEO.