A agricultura moderna exige cada vez mais das empresas. Habituados com ferramentas como a internet, os produtores querem respostas rápidas. Foi para atender esta demanda que a Basf desenvolveu o Digilab, um microscópio digital de alta resolução que facilita o diagnóstico de doenças. O aparelho é uma espécie de lupa eletrônica que permite aumentar a imagem em até 200 vezes. A tecnologia já vem sendo utilizada por dermatologistas para identificar doenças de pele. No entanto, a Basf foi a primeira a usá-la para fins agrícolas. A empresa alemã desenvolveu um software com o catálogo das doenças mais comuns em três culturas: soja, milho e feijão. Com este programa, o agricultor pode identificar a doença ali mesmo na lavoura. Basta conectar o Digilab a um notebook, pegar uma folha e olhar o que aparece na tela. “Ele captura a imagem e a compara com o catálogo de doenças que o software apresenta. Se não encontrar nada parecido, é só ele enviar a foto via internet para a comunidade científica da Basf”, explica Edi Verner Jann, técnico de desenvolvimento de mercado de proteção de cultivos da Basf em Passo Fundo (RS).

Apresentada durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), a novidade agradou aos agricultores. Na opinião de Roberto Stapelbroek, grande produtor de soja e milho da região, “o Digilab dará agilidade, o que é de extrema importância, já que a doença caminha muito rápido”. Antes, a trajetória até Stapelbroek se certificar da doença presente em sua lavoura era muito maior. “Eu pegava a folha da soja e levava para um técnico analisar. Mas, como a lavoura é grande, às vezes ele ia lá e achava outra coisa. Até eu ter um diagnóstico preciso e aplicar um defensivo, passavam-se alguns dias e a doença já tinha avançado”, explica o agricultor, que há dois anos teve uma experiência negativa com a ferrugem da soja, ocorrência que pode causar uma quebra de safra de até 90%. O software com os dados das doenças é atualizado mensalmente, para que o produtor não corra o risco de ser surpreendido por uma nova moléstia.

Antes do Digilab, a ferramenta utilizada pela Basf para auxiliar seus clientes na identificação das doenças era o Minibab, mini-laboratório que ficava nas revendas. Mas o agricultor tinha que se deslocar até o distribuidor mais próximo para ter um diagnóstico. Com a nova tecnologia, o tempo entre a suspeita de uma doença e o diagnóstico diminui drasticamente, o que permite ao produtor agir com rapidez. “Hoje o nível tecnológico do campo é tão grande que o aumento de produtividade se dá no ajuste fino”, diz Giuliano Bilibio, representante técnico de vendas da Basf na região de Carazinho (RS). O Digilab é uma ferramenta a mais para garantir a rentabilidade da lavoura e está sendo disponibilizada pela Basf aos clientes em regime de comodato.

O tira-teima das doenças

AGILIDADE É O LEMA: para o produtor Stapelbroek, a maior vantagem do Digilab é reduzir o tempo entre a suspeita e a confirmação da doença. O diagnóstico precoce pode evitar prejuízos. No caso da soja, o grande fantasma é a ferrugem asiática, muito confundida com a bacteriose