A estiagem mais prolongada no Paraná desde 1997 pode comprometer a safra de inverno no Estado, destaca a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento. Entre os problemas que estão pela frente figuram a falta de umidade nas áreas de plantio e os sinais de falta de abastecimento de água em vários locais.

Estudo do Departamento de Economia Rural (Deral) desenvolvido até 15 de maio , do governo do Estado, aponta vários indícios, que tiveram início em março e se estenderam para abril, de dificuldades para os agropecuaristas daqui para frente. “Além da falta de umidade no solo para o bom desenvolvimento das culturas, começa a faltar água para o consumo humano e animal em várias localidades do Estado”, constatou Dirlei Antonio Manfio, técnico do Deral e autor do estudo, por meio de nota. Na média, o menor volume por região foi de 33 milímetros e o maior, de 52 mm.

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O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) começou a acompanhar as condições do tempo em 1997. A estiagem atual está se prolongando desde junho do ano passado, informou a Secretaria.

“O impacto que esta estiagem vem provocando nos últimos dias é na semeadura dos cereais de inverno, alguns produtores realizaram o plantio no ´pó`, com a expectativa de que iria chover na sequência, e outros estão aguardando um volume de chuva considerável para poder realizar o plantio”, observou Manfio.

“Na primeira quinzena, o volume de chuva foi praticamente inexistente em todas as regiões, com exceção do Sudoeste, com média de 84 milímetros, mas muito abaixo da média histórica”, contou o técnico. No norte do Estado, por exemplo, a média foi de de 7 milímetros de chuva. “O maior agravo neste episódio recente é a sequência de meses com volumes abaixo da média, que começou em junho de 2019, comprometendo mais ainda o déficit hídrico de toda cadeia produtiva.”