Durante o período das águas, o produtor precisa começar a se preocupar com o alimento que o rebanho vai ingerir na época da seca. Normalmente, aqueles que deixam o assunto para a última hora, acabam se arrependendo no final do período, porquê, fatalmente, haverá perda de peso dos animais, se o manejo nutricional não tiver sido planejado com antecedência. O alimento na época da seca deve ser provisionado durante as águas, pois é quando o produtor ainda tem forragem verde e nutritiva para garantir comida para o seu rebanho, seja na forma de capim (vedando piquetes), produzindo feno ou algum tipo de silagem.

Como a produção de leite exige proteína, energia e minerais desses animais, a nutrição durante o período seco do ano também deve ser específica quando falamos de animais produtores de leite. Para que as vacas continuem com sua produtividade e não tenham queda, tanto no volume, quanto na qualidade do seu leite.

Fornecendo aos animais volumoso de maneira adequada, suplementando sua dieta em níveis de proteína, energia e minerais adequada, e disponibilidade de água para esses animais, o sucesso na produção de carne, bezerros ou leite é o resultado esperado. Quando se respeita a fisiologia do animal, ele sempre responde na forma de rentabilidade na propriedade.

Com a seca, a planta vai perder os seus nutrientes – proteína, energia e minerais – e isso vai afetar a dinâmica ruminal dos bovinos. Com uma proteína na dieta abaixo de 7%, a microbiota ruminal não tem a capacidade de digerir a quantidade necessária de alimento diário para suprir as necessidades de manutenção, ou seja, os animais perdem peso, o que acarreta queda na produção do rebanho, como um todo.  Para suprir essa deficiência, os produtores devem utilizar os proteinado de seca. O que se pretende com esse manejo nutricional é o balanceamento da dieta do animal, visando adequar seus níveis de proteína e energia, e continuar suplementando suas necessidades de minerais diárias, para mantê-lo engordando e trazendo rentabilidade à propriedade, evitando-se o famoso “boi sanfona”, que ganha peso nas águas, e perde peso na seca.

Outra questão importante dentro do planejamento nutricional para o período seco, são as categorias dos animais: cria, recria ou engorda devem ser respeitadas, pois cada uma delas exige uma quantidade e uma fórmula específica de proteinado.  A título de exemplo, a suplementação, quando feita de forma errada, acarreta outros prejuízos ao rebanho, além do financeiro. Uma vaca gestante, durante a época de seca, quando não é bem suplementada, não nutre seu bezerro de maneira correta, e em consequência disso, não haverá um desenvolvimento adequado da cria, pois ela não expressará todo o potencial de sua genética. O futuro desse animal estará comprometido, e se for fêmea, seu potencial reprodutivo será menor em relação a um animal que foi bem suplementado. Já os machos, por sua vez, terão uma carcaça de pior qualidade e menor estoque de gordura. Não basta só suplementar o gado na seca. É preciso fazer isso com consciência.