São Paulo, 10 – A multinacional Corteva está expandindo para cinco Estados do Nordeste o alcance de seu programa Prospera, focado na capacitação técnica de pequenos agricultores de milho da região e desenvolvimento do mercado local. Iniciado em 2017 com 45 produtores familiares de Pernambuco e contando hoje com mil participantes no Estado, o Prospera chegará também a Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Nesta nova etapa, a iniciativa passa a contar com a norueguesa de fertilizantes Yara e a norte-americana Massey Ferguson, do grupo AGCO, conforme informações antecipadas ao Estadão/Broadcast.

“Quando começamos o programa, em 2017, encontramos um cenário de baixíssima capacidade de produção, cerca de 10 sacos por hectare. Após três anos, os produtores atingiram uma produtividade média de 80 sacos por hectare”, disse o diretor de Relações Governamentais da Corteva, Augusto Moraes. Para 2021, a perspectiva é atingir em torno de 1,450 mil agricultores nos cinco Estados nordestinos. No ano que vem, o número deve subir para 2 mil e, a partir de então, dar saltos maiores: 9 mil em 2023, 28 mil em 2024 e mais de 50 mil em 2025.

“O produtor que plantava dez hectares sem capacitação técnica para atingir alta produtividade entrou no programa, viu sua rentabilidade saltar e passou a contar para outros agricultores, que nos procuram. Daqui a cinco anos, esse mercado vai ter se transformado e o Prospera não será mais necessário porque os produtores saberão buscar assistência técnica, comercialização, financiamento, sementes, fertilizantes e também se organizar para comprar máquinas”, avalia Moraes.

A equipe do Prospera conta com a ajuda de mais de 200 multiplicadores nos cinco Estados, como líderes comunitários, cooperativas, universidades e outros, para identificar produtores rurais que podem se beneficiar da iniciativa. Os agricultores envolvidos passam a conhecer tecnologias com potencial para elevar a produtividade, como sementes de milho e defensivos da Corteva e fertilizantes e máquinas agrícolas, em workshops, dias de campo e eventos virtuais.

O Ministério da Agricultura participa da iniciativa com extensão e assistência técnica oferecida por unidades estaduais da Emater, e deve contribuir, em breve, com outras políticas públicas que serão discutidas, como zoneamento do milho visando a contratação de seguro rural e meios de estimular a aquisição de maquinário. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) também está sendo envolvida, ajudando produtores na gestão das propriedades e incluindo o Nordeste na pauta de negociações com governo e outras entidades.

Moraes, da Corteva, enfatiza que não há doações de insumos aos participantes, e sim uma estrutura montada para que conheçam e tenham acesso ao que for necessário para elevar sua renda. “Muitos produtores só passaram a acreditar no programa quando perceberam que havia um objetivo de desenvolvimento de negócios lá na frente para todos”, pontua. A compra dos insumos é feita, na maioria das vezes, com recursos próprios e pagamentos em quatro parcelas (30/60/90/120 dias), explica o executivo.

Os cinco Estados envolvidos no Prospera produzem atualmente cerca de 900 mil toneladas de milho, sete vezes menos do que sua demanda pelo cereal, de 6,6 milhões, vinda principalmente de aviários e pecuaristas locais. A equipe do programa fez um levantamento das regiões aptas para a produção de milho, considerando altitude, índices pluviométricos e outras informações, e chegou a uma área de aproximadamente 1 milhão de hectares, concentrados no semiárido e zona da mata nordestinos. Se, no longo prazo, esta área atingir um rendimento médio de 80 sacos de milho por hectare, a produção saltará para 4,7 milhões de toneladas.