São Paulo, 3 – Os ministros de Agricultura das Américas se comprometeram a combater de forma coordenada a peste suína africana com iniciativas nacionais e hemisféricas. O compromisso foi firmado na Conferência de Ministros de Agricultura das Américas 2021/Junta Interamericana de Agricultura (JIA), realizada na quarta e na quinta-feira (dias 1 e 2), de forma virtual, informa o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A doença foi detectada na República Dominicana no fim de julho passado e suscitou preocupações em toda a região por causa do seu potencial efeito sobre uma indústria de enorme relevância e pelo risco que representa para a segurança alimentar. A peste suína africana não estava presente no continente há quase quarenta anos, desde que foi detectada pela última vez em Cuba em 1980, país que também detectou a doença em 1971. O Brasil e a República Dominicana registraram a doença em 1978 e o Haiti, em 1979.

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Segundo o IICA, a detecção do mal na República Dominicana coloca o vizinho Haiti em risco particular, já que ambos compartilham a ilha caribenha de Hispaniola. “Estamos muito preocupados com a situação também no Haiti, onde o impacto dos desastres naturais (terremotos) aumentará muito o perigo de entrada da doença, pois há muitos movimentos de pessoas e mercadorias. É um processo que foge ao controle das autoridades”, disse na reunião a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Monique Eloit. “As pessoas devem seguir algumas dicas simples de biossegurança para limitar o risco de que o mal se espalhe. Devemos considerar também a coordenação com os serviços de alfândega e imigração para evitar a disseminação”, acrescentou.

O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, informou que o Instituto reúne esforços para combater a doença, em virtude do risco que representa para as fontes de trabalho e de divisas em uma indústria fundamental no contexto dos sistemas agroalimentares da região.

A peste suína africana é uma doença hemorrágica altamente contagiosa que atinge suínos domésticos e selvagens, causando graves perdas econômicas e produtivas. Atualmente não há vacina conhecida e a prevenção e o controle são fundamentais, pois são as únicas ferramentas disponíveis para combater a doença. A doença não representa risco para a saúde humana, nem pelo contato direto com animais infectados, nem pelo consumo de qualquer produto de origem suína.