São Paulo, 12 – As usinas do Centro-Sul do Brasil processaram 144,819 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos dois primeiros meses (abril e maio) da safra 2020/2021. O volume é 12,29% maior do que o total de 128,975 milhões de toneladas moídos em igual período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 12, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Com 45,92% da oferta total de cana destinada ao açúcar e 54,08% ao etanol, a produção do adoçante atingiu 8,020 milhões de toneladas no acumulado da temporada, alta expressiva de 65,10% sobre igual período de 2019, quando a produção somava 4,857 milhões de toneladas. A fabricação de etanol chegou a 6,197 bilhões de litros ao longo da temporada, o que corresponde a uma queda de 0,39% ante igual período da safra passada, de 6,221 bilhões de litros. Desse total, 4,526 bilhões de litros foram de hidratado, baixa de 0,32% ante 2019/20, e 1,671 bilhão de litros de etanol anidro, volume 0,55% inferior ao fabricado no mesmo período do ano anterior.

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Segundo a Unica, 245 empresas estavam em operação até 1º de junho. Na mesma data do ciclo passado, 248 unidades industriais estavam em plena atividade. A expectativa é de que mais 13 unidades iniciem a safra na primeira metade de junho.

Segunda quinzena

Na segunda quinzena do mês de maio, 42,208 milhões de toneladas de cana-de-açúcar foram processadas pelas usinas. Do total, 47,35% foi destinado para produção do adoçante e 52,65% da cana moída foi utilizada para produção do biocombustível. Em igual período da temporada passada, o mix sucroalcooleiro apontava para 64,72% da cana processada para fabricação de etanol. Nesse sentido, nos últimos 15 dias de maio, a produção de açúcar cresceu 36,19% ante a mesma quinzena de 2019, atingindo 2,548 milhões de toneladas. A fabricação do biocombustível no período foi de 1,808 bilhão de litros, uma retração de 16,66% na mesma base de comparação.

A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de maio, medida a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 133,78 kg por tonelada na segunda metade de maio ante 125,61 kg verificados na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 1º de junho deste ano, o indicador alcançou 126,57 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, 6,68% maior que o valor registrado nos dois primeiros meses da safra 2019/2020.

Para o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, “as condições de preço, a baixa demanda por etanol, a maior procura pelo açúcar brasileiro e a melhor qualidade da matéria-prima colhida permitiram uma intensificação na produção de açúcar”.

Nesse sentido, a entidade reforça que a comercialização da commodity pelas usinas somou 1,40 milhão de toneladas do início de abril até 1º de junho, um aumento de 4,38% na comparação interanual. Além disso, as vendas para o mercado externo cresceram 65,60% no período. Embora haja um movimento de maximização da produção açucareira, “o avanço na moagem e a melhor qualidade da cana-de-açúcar colhida permitiram a manutenção da mesma produção de etanol”, conclui a Unica.