São Paulo, 14 – A moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil alcançou 589,9 milhões de toneladas na safra 2019/2020 (abril de 2019 até 31 de março de 2020), o que corresponde a alta de 2,92% em comparação com o igual período do ciclo 2018/2019 (573,17 milhões de toneladas). Os números são do último levantamento da safra, que se encerrou no fim de março, divulgados nesta terça-feira, 14, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

A produção de açúcar no período atingiu 26,729 milhões de toneladas, representando elevação de 0,83% em comparação com igual período da safra 2018/19 (26,51 milhões de t).

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Já a fabricação de etanol alcançou 33,24 bilhões de litros, aumento de 7,39% ante 2018/19 (30,95 bilhões de litros). Desse total, 23,30 bilhões de litros foram de hidratado (alta de 6,83% ante 2018/19, que foi de 21,81 bilhões de litros) e 9,94 bilhões de litros de etanol anidro (mais 8,74%, pois em 2018/19 foram fabricados 9,14 bilhões de litros).

A Unica destaca em comunicado que a região Centro-Sul encerrou a safra 2019/20 tendo produzido um volume recorde do biocombustível renovável. A máxima histórica do setor sucroenergético até o momento era de 30,95 bilhões de litros, registrada na temporada anterior. “Este volume incorpora a produção de 1,62 bilhão de litros de etanol de milho, valor que também é o maior já registrado. Na safra 2018/2019, essa cifra alcançou 791,43 milhões de litros”, informa a entidade em nota.

Nos últimos 15 dias de março, foram 7,017 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas e 439 milhões de litros de etanol fabricados. A produção de açúcar foi de 198 mil toneladas na quinzena.

Em relação ao número de usinas em operação no Centro-Sul, a Unica destaca que 87 usinas estavam operando até 31 de março, 7 a mais do que no mesmo período de 2019. Do total, 76 eram unidades de cana-de-açúcar e 8 produtoras de etanol de milho, com 3 delas dedicadas exclusivamente ao processamento do cereal. Levantamento preliminar da entidade indica que em 15 de abril 198 usinas estarão em atividade no Centro-Sul.

De acordo com o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, a mudança abrupta de cenário e a queda na demanda de combustíveis em virtude da pandemia de coronavírus coloca o setor em uma posição complicada, tendo em vista os desembolsos típicos de início de safra.

Rodrigues aponta também a disputa envolvendo Rússia e Arábia Saudita no mercado, o que contribuiu para derrubar os preços do petróleo e, consequentemente, do etanol. “Apesar do recorde no ciclo 2019/2020, estamos iniciando a safra 2020/2021 em um contexto de total incerteza e preocupação”, diz o executivo em nota.