O dólar operou sem direção única ante moedas rivais, avaliando comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que defenderam um aperto monetário mais rápido nos Estados Unidos, além dos impactos da variante ômicron do coronavírus. O índice DXY operou em baixa durante boa parte da sessão, mas o enfraquecimento do euro após novas restrições no Velho Continente por conta da pandemia colocou o índice em território positivo.

O DXY fechou em alta de 0,13%, aos 96,156 pontos. No fim da tarde desta quinta, 2, em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1307, enquanto a libra apreciava a US$ 1,3303 e o dólar subia a 113,15 ienes.

De acordo com o analista do Western Union Joe Manimbo, o “padrão volátil” da divisa americana pode persistir até que os mercados tenham uma noção melhor da escala do potencial impacto econômica da cepa ômicron. Enquanto isso não ocorre, operadores do mercado cambial ficarão atentos a dados do mercado de trabalho nos EUA, que terá a divulgação do payroll de novembro amanhã.

Se a criação de empregos vier forte, diz Manimbo, o Fed terá mais uma desculpa além da inflação para acelerar o ritmo do tapering das compras de bônus. Hoje, diversos dirigentes da entidade se declararam a favor de uma reavaliação do processo de normalização monetária, como a presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, o vice-presidente para Supervisão, Randal Quarles, o chefe da distrital de Atlanta do BC, Raphael Bostic, e a líder do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

Os comentários dos banqueiros centrais reiteram o que disse nesta semana o presidente do Fed, Jerome Powell. Hoje, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, também repetiu uma fala de Powell, ao dizer que está pronta para abandonar o termo “transitória” para classificar a inflação nos EUA.

Na Europa, o euro operou em alta ante o dólar durante parte do dia, mas o anúncio de novas restrições a não vacinados contra a covid-19 na Alemanha e elevados temores de que a cepa ômicron se espalhe no continente levaram a moeda comum a se enfraquecer durante a sessão. Antes, ela tinha suporte de dados de inflação ao produtor e da queda da taxa de desemprego na zona do euro.

Entre emergentes, o destaque ficou, mais uma vez para a lira turca, que registrou nova forte depreciação ante o dólar, após o ministro da Economia da Turquia ser substituído em meio à crise cambial no país. No horário citado, o dólar avançava a 13,6722 liras.

Na avaliação da Eurasia, o episódio, e tampouco a depreciação da moeda do país, farão com que o presidente Recep Tayip Erdogan desista de seu plano econômico. Desta forma, não será permitido um aumento dos juros na Turquia, o que deve manter a lira fraca e a inflação local alta.