O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas rivais, fechou em leve alta nesta terça-feira, 3, após oscilar perto da estabilidade durante o pregão. A incerteza causada pela variante delta do coronavírus divide opiniões de analistas sobre o potencial de fortalecimento da moeda americana nas próximas semanas.

O DXY subiu 0,03%, a 92,081 pontos. No fim da tarde em Nova York, a moeda americana recuava a 109,06 ienes, o euro caía a US$ 1,1867 e a libra subia a US$ 1,3917.

Na análise do BBH, o dólar está sob “modesta pressão”. De um lado, o dólar cai ante o iene. De outro, as moedas emergentes estão mais fortes. “Os mercados estão procurando por um sinal verdadeiro entre tanto barulho. Para nós, o sinal é que a maioria das economias desenvolvidas estão bem posicionadas em relação à disseminação da variante delta do coronavírus. Em particular, a perspectiva para os Estados Unidos continua forte, o que irá guiar para um desempenho superior da economia e do dólar no segundo semestre”, dizem os analistas.

O Commerzbank, por outro lado, questiona se o fortalecimento do dólar nas últimas semanas irá reafirmar seu movimento de alta ante rivais. “Nossa análise sugere que não, mas precisaremos de mais evidências”, diz em relatório. De acordo com o banco alemão, o dólar falhou diante de sua alta de 2021 e, agora, caminha para um viés negativo.

O euro, que no início do pregão avançava sobre o dólar, não sustentou o movimento e chegou ao fim da tarde em queda. “O euro se capitalizou em uma recente redução no otimismo em relação à economia americana, depois que, na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) minimizou as perspectivas da redução de estímulos no curto período”, observa a Western Union. “A relação euro-dólar deve se manter nas faixas recentes, na preparação para o relatório de empregos dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira. Mais evidências de moderação na economia americana poderiam ser o bilhete para as altas do euro nas próximas semanas”.

Pela manhã, a Eurostat informou que a inflação ao produtor na zona do euro ficou levemente aquém do projetado pelos analistas.

Nesta madrugada, o Banco Central da Austrália (RBA, na sigla em inglês) anunciou que irá manter sua taxa básica de juros a 0,10%. As compras de bônus do governo, por sua vez, cairão de 5 bilhões de dólares australianos para 4 bilhões. Para o ING, o avanço do dólar australiano ante o americano pode ter ocorrido, ao menos em parte, pela precificação pelo mercado da decisão. No fim da sessão, a moeda subia a US$ 0,7399. Para o banco holandês, o RBA está atrasado em relação aos outros bancos centrais na normalização das políticas, o que irá limitar o fortalecimento da moeda em um prazo mais longo.