O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta segunda-feira, 29, para o fato de que há uma grande parcela da humanidade ainda suscetível à covid-19. “Isso está longe de acabar”, afirmou ele, durante entrevista coletiva da entidade. “O pior ainda está por vir”, disse em outro momento sobre a pandemia, ao criticar as divisões políticas e ideológicas que atrapalham o combate à doença.

Na terça-feira, a OMS marca os seis meses do primeiro relato da China do que se tornou depois a pandemia do novo coronavírus. Nesse período, o mundo superou 10 milhões de casos, com 500 mil mortes, lembrou Ghebreyesus, dizendo também que alguns países sofrem agora uma ressurgência de casos, no processo de reabertura econômica.

Segundo ele, é importante que os governos e as comunidades se concentrem no que está agora disponível, ou seja, medidas como o distanciamento físico, o uso de máscaras em locais públicos, testes, rastreamento de contatos e quarentena dos casos da doença.

“Não temos vacina agora, mas há muito que podemos fazer para conter transmissão”, disse Michael Ryan, diretor executivo da OMS, também presente na coletiva. “Não há garantias de que haverá vacina, por isso há tantas candidatas”, notou.

Ghebreyesus também apelou para que governos e comunidades levem a sério suas tarefas já existentes. “O vírus se dissemina de modo agressivo, é trágico ter de reportar mais de 10 milhões de casos”, lamentou, pedindo unidade dentro dos países, para além de partidos ou ideologias, na resposta ao problema.