O criador de nelore Bruno Grubisich está investindo R$ 20 milhões na criação de uma empresa de biotecnologia voltada para a reprodução bovina. Instalada na cidade de Itatinga, no interior de São Paulo, a Seleon vai atuar na prestação de serviços de coleta e processamento de sêmen bovino, seleção genética e geração de embriões, tanto para gado de corte, quanto para gado leiteiro. Segundo Grubisich, que é filho de José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, dona também do frigorífico JBS, o objetivo da companhia é fazer com que mais criadores utilizem a técnica da inseminação artificial no Brasil. “Quero tornar essa tecnologia cada vez mais acessível aos produtores”, afirma o empresário.

A Seleon terá capacidade para abrigar até 200 touros por vez em sua central de coleta, que contará com infraestrutura para processamento de sêmen, laboratório de sexagem do material genético, criogenia, quarentenário, currais antiestresse, enfermaria, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento. Grubisich afirma que pretende fazer parcerias com universidades, como a Esalq, da Universidade de São Paulo, de Piracicaba, na área de pesquisas. A escolha da cidade de Itatinga é estratégica. Com cerca de 19º de temperatura média e a 900 metros de altitude, a cidade paulista oferece condições climáticas ideais para a produção de embriões. O início das operações está programado para 2014.

A principal vantagem da inseminação artificial é a possibilidade de escolher os melhores animais para reprodução. Até o sexo pode ser determinado, com 90% de chances de acerto. “A melhora na qualidade do rebanho é considerável”, afirma Grubisich, que não pretende entrar no mercado de comercialização de sêmen, limitandose a prestar serviços para fazendas e centros especializados nesse tipo de comércio. Ele espera recuperar o investimento feito em até três anos, após o início das operações. Apesar de possuir o maior rebanho comercial do mundo, com 200 milhões de animais, o Brasil ainda pouco utiliza a inseminação artificial. No ano passado, apenas 12 milhões de doses de sêmen foram vendidas no País.