Ribeirão Preto, 22 – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta sexta-feira, 22, durante pronunciamento em fórum do Brics, bloco de países em desenvolvimento, que o mundo vive um momento de recrudescimento de discursos e práticas protecionistas. Do evento participam os ministros da área agrícola do Brasil, Rússia, Índia, China e da África do Sul, que é sede do fórum.

Segundo Maggi, para que os alimentos de regiões produtoras cheguem às mesas em boas condições “é preciso que regras do comércio agrícola mundial sejam reformadas, para garantir melhor acesso a mercados por meio da eliminação de subsídios ‘distorcivos’, que diminuem a renda no campo e prejudicam o desenvolvimento”.

Maggi pediu que os países produtores fiquem atentos à “nova geração de obstáculos ao comércio mundial, que muitas vezes não se baseia em ciência e ameaça nossa posição de atores globais na produção e comercialização”.

O ministro lembrou que o Brics foi criado para buscar, em conjunto, a ordem mundial mais justa e disse estar convencido que o bloco de países “pode ter um papel mais efetivo se nos dedicarmos mais diretamente a ser um organismo facilitador do comércio internacional”.

“O Brasil está ciente de que este não é um objetivo fácil. Mas eu penso que é exatamente por isso que estamos reunidos hoje aqui na África Sul: para dar mais um passo no caminho, por vezes difícil, que separa a intenção dos resultados concretos”, afirmou.

No discurso, Maggi também exaltou o papel do Brasil como “a maior e mais avançada agricultura tropical do planeta, após investimentos intensos em inovação e tecnologia” e disse que o País está pronto para garantir a segurança alimentar mundial “enquanto incorpora, no centro de sua estratégia, os princípios de desenvolvimento sustentável”.

O ministro retomou o tema da produção sustentável de alimentos e fibras, com redução do desmatamento, sanidade animal e vegetal, e com a maior participação da bioenergia na matriz energética entre todas as nações do mundo.

“Esse alto padrão ambiental e sanitário tem um custo econômico. Os exigentes compradores globais precisam ser informados sobre todos os aspectos da produção dos alimentos, desde a sua origem nas fazendas até o seu consumo na mesa das famílias (…). Sob uma perspectiva integrada, o comercio global justo e a qualidade dos produtos é uma ferramenta indispensável para a segurança alimentar. Uma crescente população mundial precisa adquirir alimentos saudáveis, em quantidade suficiente, a preços acessíveis”, afirmou.