Lideranças do PDT, PSOL, PSB, PT, PCB e PV discursaram no início da tarde deste sábado (2) nos atos contra o presidente Jair Bolsonaro realizados na Cinelândia, centro do Rio. Impeachment, preço dos combustíveis, fome, violência, desmonte de direitos e ataques às liberdades foram os eixos centrais das falas, que destacaram a superação das diferenças para derrotar Bolsonaro.

O pedetista Ciro Gomes, único presidenciável a comparecer ao ato no Rio, disse que é preciso pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para fazer o impeachment avançar. “Precisamos tirar Arthur Lira da inércia. Isso só vai acontecer com luta, com nosso povo organizado, deixando nossas diferenças para depois”, disse. Lira nunca decidiu sobre os mais de cem pedidos de impedimento do chefe do Executivo que chegaram à Casa.

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) criticou as fake news e ressaltou a importância da união para vencer Bolsonaro. “Eles querem mais uma vez impedir que a esquerda avance, e a nossa unidade é muito importante. Nós não somos todos iguais, temos as nossas diferenças, mas elas não podem ser maiores do que aturar um fascista no governo. É na rua que a gente derruba o Bolsonaro”, afirmou.

O líder da oposição na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), também defendeu que o desafio da esquerda é maior do que as diferenças que a separam. “Não é hora de colocarmos as disputas menores, antes de derrubarmos Bolsonaro. … Vamos derrotar Bolsonaro, seja num impeachment agora, seja nas eleições em 2022”, afirmou.

A deputada federal Talíria Petrone, líder do PSOL na Câmara, criticou a condução da crise sanitária e relembrou que metade da população voltou a enfrentar insegurança alimentar durante a pandemia. “Não tenho dúvida de que nós vamos atravessar esse momento. Porque se é verdade que o Brasil foi forjado na violência, também é verdade que o nosso país foi forjado na resistência popular, e é essa resistência que vai tirar Jair Bolsonaro do poder”, acrescentou.

Algumas dessas lideranças devem se unir aos atos em São Paulo, na Avenida Paulista, na parte da tarde. Os protestos deste sábado, vinculados originalmente às legendas de esquerda e que buscam ampliar a participação dos setores de oposição, estão previstos em 305 cidades de todos os Estados e do Distrito Federal, além de 18 países. O principal foco das manifestações passou a ser a crise econômica e temas como a disparada da inflação e o desemprego.