São Paulo, 13 – As negociações do setor de lácteos do Brasil com a China mudaram no último ano, segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Marcelo Martins. “Há cinco anos havia uma dificuldade muito grande em relação aos requisitos sanitários. Mas, no último ano, talvez por uma mudança na questão geopolítica, China quer expandir as parcerias”, disse no Summit Agronegócio Brasil 2019, evento promovido pelo Grupo Estado com patrocínio da Corteva.

Segundo Martins, o processo avançou numa velocidade muito significativa, as informações para as empresas e os certificados sanitários foram facilitados. “Há uma habilitação direta num primeiro momento, isso sinaliza um novo posicionamento chinês”, disse.

Segundo o executivo, a China precisava do Brasil como um parceiro na área de lácteos. Somente no último ano o país asiático importou 110 mil toneladas desses produtos. “Como o país cresce a 13% ao ano, nosso sentimento é que os chineses querem expandir o horizonte de parceiros comerciais.”

Quase a totalidade das importações de lácteos da China vêm da Oceania, 90% da Nova Zelândia e entre 5 e 6% da Austrália. “Como as exportações são concentradas, por mais que a forma de negociação tenha peculiaridades há uma situação de hegemonia das exportações por um grupo muito restrito de países e de empresas. Por isso, eles querem expandir e ampliar os parceiros comerciais.”