Pesquisa realizada pela Grant Thornton mostrou que as mulheres ocupam 38% dos cargos no alto escalão de 250 empresas brasileiras. Essa porcentagem supera a média da América Latina (35%) e a global (32%), mas ainda é incompatível com o fato de a população feminina ser maioria no País. É por esta e algumas outras razões que a ascensão de profissionais como Suzeti Ferreira ganha ainda mais relevância. Formada em farmácia e bioquímica e em biologia, ela tem cerca de 20 anos de carreira no agro e em fevereiro deste ano assumiu a diretoria-geral da Syngenta Seeds para Brasil e Paraguai. Um de seus compromissos nessa nova posição é tornar a empresa mais inclusiva em relação a gênero e a todos os demais pontos ligados à diversidade.

Logicamente, a missão de Suzeti também tem relação direta com a performance da companhia, tanto que sua meta é levar a Syngenta Seeds à condição de melhor empresa do segmento até 2028. E a executiva se diz pronta para isso, por ser uma pessoa altamente orientada para os resultados. “Gosto de realizar, de entregar”, afirmou. Por outro lado, deixa claro se tratar de um desempenho coletivo. É fundamental contar as equipes e mantê-las estimuladas. “Mais importante do que o resultado que você vai entregar é o que deixa como legado”, disse.

Essa é a forma como Suzeti tem exercido sua liderança desde que chegou à Syngenta Seeds, em 2020. Segundo ela, não entrou na empresa para dizer ao time o que deveria ser feito, mas para contribuir com sua experiência e mostrar como tudo poderia ser realizado de maneira ainda melhor. “Não sei trabalhar sozinha, a colaboração é algo que me nutre todos os dias”, afirmou. Se é essencial para a executiva estar cercada de pessoas, mais ainda de pessoas diversas. Suzeti reconhece o quanto sua chegada a um cargo de alta direção pode contribuir para promover a equidade de gênero em um segmento majoritariamente masculino e ainda bastante conservador e machista.

O fato de o tema diversidade e inclusão já ser um conceito global da empresa facilita o avanço nessa pauta. Segundo Suzeti, a representação feminina é de 28% na organização como um todo e de 32% na alta liderança. Em sua unidade de negócios aqui no Brasil essa porcentagem vai além. Em seu time direto, a presença de mulheres na liderança está em 45%, e a ideia é continuar evoluindo. A executiva explica que o principal propósito nessa questão é encontrar alternativas e soluções para inspirar ainda mais as mulheres e ajudá-las a crescer na empresa. “Meu compromisso como líder nessa agenda de diversidade e inclusão é promover um ambiente cada vez mais inclusivo, sem qualquer tipo de barreira, e preparar as lideranças para o futuro”, disse.

Por falar em futuro, resultados mais recentes da Syngenta sinalizam como podem ser os próximos anos. Na comparação entre 2021 e 2020, a empresa cresceu 26% na América Latina. Com isso, a expansão global no negócio de sementes, nessa mesma relação de 2021 contra 2020, foi de 24%. O faturamento no ano passado chegou a US$ 4,1 bilhões. “Estamos vivendo o melhor momento”, afirmou Suzeti. Esse cenário positivo passa, necessariamente, pela apresentação de inovações tecnológicas que se adaptem à realidade do produtor e garantam mais produtividade e rentabilidade.

Em muitos casos, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento é feito em parceria com o próprio agricultor, que coloca sua fazenda à disposição para o teste de novos materiais, como um laboratório a céu aberto. “Precisamos entender o momento do produtor e trabalhar com ele para que possa superar os desafios da agricultura”, disse Suzeti.