A geração de 3,912 milhões de postos de trabalho em um trimestre, na passagem do período de junho a agosto para o trimestre móvel de setembro a novembro, foi puxada por nove das dez atividades econômicas investigadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Adriana Beringuy, gerente da Pnad Contínua, os resultados representam um “ponto de inflexão” no mercado de trabalho, após os estragos causados desde o início do ano pela pandemia de covid-19. A pesquisadora destacou tanto o fato de o emprego formal ter registrado aumento, na comparação com o trimestre móvel anterior, quanto o fato de a geração de vagas ter sido disseminada pelas atividades econômicas.

“Os resultados foram um ponto de inflexão, por causa do aumento da ocupação e por causa de onde esse aumento ocorreu”, afirmou Adriana.

O destaque foi o comércio, que, em um trimestre, registrou aumento de 5,6% no contingente de trabalhadores, sinalizando para a geração de 854 mil postos. O setor de alojamento e alimentação, um dos mais atingidos pela pandemia, abriu 400 mil vagas, com um crescimento de 10,8% na população empregada ante o trimestre móvel encerrado em agosto.

Segundo Adriana, a recuperação de parte das vagas perdidas com a crise se deve a dois movimentos. De um lado, houve flexibilização nas regras de restrição ao contato social. De outro, mesmo com a pandemia, “era de se esperar” alguma reação no emprego por causa da sazonalidade do fim do ano, que impulsiona, tradicionalmente, a demanda de alguns setores, com destaque justamente para o comércio.

A atividade da construção civil teve um aumento de 8,4% no contingente ocupado na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, com a geração de 457 mil vagas.

A indústria criou 465 mil postos, com aumento de 4,4%.

A administração pública criou 427 mil postos de trabalho em um trimestre, aumento de 2,6%. Já a agricultura registrou 259 mil vagas de trabalho a mais, uma alta de 3,1%.