REINHOLD STEPHANES, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Desde a década de 60, o Brasil luta de forma organizada e oficial contra a febre aftosa. Importantes vitórias foram alcançadas, e elas só foram possíveis por meio de ações conjuntas do governo federal, governos estaduais e do setor privado, representado por produtores, industriais e pela sociedade em geral. Desde abril de 2006, não são registrados novos focos da febre aftosa no Brasil, graças ao trabalho do serviço veterinário brasileiro e à consciência dos produtores em manter a vacinação em dia e notificar qualquer suspeita da doença. O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo, os nossos produtos chegam a 140 países. No ano de 2007, as receitas com exportações de carnes superaram US$ 10 bilhões. A vacinação do rebanho contra a febre aftosa é, portanto, um assunto que interessa não somente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mas a todos os brasileiros, seja na condição de consumidores, veterinários, criadores, comerciantes ou empresários. Além de prejudicar produtores, consumidores e a economia regional, a ocorrência da febre aftosa no território brasileiro poderia trazer enormes prejuízos econômicos e sociais para o País.

brasileiro para erradicar a aftosa, podem ser citados: 1) Revisão da legislação do Programa de Erradicação da Aftosa, publicada na forma da Instrução Normativa n.º 44, de 3 de outubro de 2007; 2) Redução no prazo para diagnóstico de aftosa; 3) Comprovação da eficiência da vacinação contra a febre aftosa por meio de estudo sorológico em aproximadamente 25 mil animais em todo o País; 4) Melhor controle de movimentação de animais, por meio da reformulação da Guia de Trânsito Animal (GTA). O novo modelo do documento, com novos elementos de segurança, entrou em vigor no último dia 1º de setembro e é único para todo o Brasil. O sistema de emissão das GTAs está sendo informatizado e sua total implantação em âmbito nacional será realizada até o final de 2008; 5) Contratação, mediante concurso público, de 390 novos fiscais federais agropecuários em 2007.

VACINAÇÃO: campanha tem segunda etapa em novembro

O Brasil também tem trabalhado para erradicar a aftosa tanto dentro do seu território quanto no Cone Sul. Para isso, foram definidas áreas prioritárias de segurança na fronteira. Ações entre os governos do Paraguai e do Brasil, acordadas entre os ministros da Agricultura dos dois países, em maio e em setembro, resultaram na intensificação da vigilância na zona fronteiriça, e na definição de uma faixa de segurança ao longo da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e Paraná, com 15 quilômetros de cada lado, contemplando ações específicas de vigilância.

Para a fronteira com a Bolívia, serão destinados US$ 750 mil por ano, durante cinco anos, para ações de fiscalização e controle na fronteira daquele país com o Mato Grosso, por meio do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul. Nos últimos quatro anos, o governo brasileiro doou ao Paraguai e à Bolívia 4 milhões de doses de vacina contra a febre aftosa.

Novo status sanitário – Em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu a mudança de status sanitário de Santa Catarina, que passou à área livre de febre aftosa sem vacinação, e a incorporação da região centro-sul do Estado do Pará à área livre de aftosa com vacinação. Essa também foi uma importante conquista para o Brasil.

Por tudo isso, é preciso reforçar o alerta para que os criadores não deixem de vacinar os bovinos e os bubalinos na segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, realizada nos meses de outubro e novembro deste ano. Os serviços veterinários estão aptos a informar onde comprar a vacina, como armazená-la e como proceder para vacinar o gado. Para manter o rebanho saudável e valorizar nosso patrimônio pecuário, é fundamental o compromisso e a participação de todos.

“A carne brasileira chega hoje a 140 países e tem de ser defendida com toda a força”