Agropecuária em expansão

O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira poderá alcançar R$ 433,8 bilhões neste ano, de acordo com uma estimativa divulgada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no dia 19 de junho. Se confirmado, o resultado representará um aumento de 9,5% em relação ao ano passado. A CNA atribui o bom desempenho à estimativa de crescimento de 16,6% na receita da soja, de R$ 80,4 bilhões. Para todo o setor agrícola, o faturamento deve ser de R$ 267,6 bilhões, quase 10% acima do registrado em 2012. Já o VPB do setor de carnes deve atingir R$ 166,2 bilhões, 8,9% acima do obtido no ano passado, quando chegou a R$ 152,6 bilhões. As projeções do VBP destacam a carne de frango, cujo faturamento deve crescer 22,7% neste ano e atingir R$ 51,5 bilhões. Para a carne suína, a previsão é de aumento de 9,3%, com R$ 11,7 bilhões. Já a carne bovina deve registrar uma queda de 2% e chegar a R$ 60,6 bilhões. “O aumento das exportações, em maio, com a redução de animais para o abate em algumas regiões do País, favoreceu a elevação do preço do produto”, diz Kátia Abreu, presidente da CNA.

Desenvolvimento rural

Nesta safra, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins investirá R$ 93,6 milhões em projetos para pequenos produtores do Estado. O volume será entregue através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

Arroz em ritmo lento

A valorização dos preços do arroz em casca, nos meses de abril e maio, não se manteve em junho, segundo o analista da Safras & Mercado Eduardo Aquiles. No sul do País, onde se concentra cerca de 80% da produção nacional do cereal, o final da primeira quinzena de junho foi de preços enfraquecidos. A exceção foi o Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, que começou o mês com preços estáveis.

Made in Brazil

Em maio, a exportação de couro rendeu ao País o recorde de US$ 227,2 milhões, aumento de 4% na comparação com abril, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O preço médio das peles embarcadas em maio foi de US$ 5,33 o quilo, valor 5,3% maior em relação a abril e de 0,4% na comparação com o mesmo mês de 2012.

Cosan em alta

A receita líquida para 2013/2014 do grupo Cosan é estimada entre R$ 35 bilhões e R$ 38 bilhões. No quarto trimestre do ano fiscal 2012/2013, a Cosan obteve lucro líquido de R$ 29,7 milhões, um recuo de 80% sobre os R$ 149 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita líquida foi de R$ 8,4 bilhões, alta de 46%.

Vigor capta R$ 410 mi

A Vigor Alimentos, do grupo J&F, vai emitir R$ 410 milhões em debêntures de sete anos, em duas séries, uma de R$ 310 milhões e outra de R$ 100 milhões. Os títulos da primeira série serão remunerados por 100% do Certificado de Depósito Interfinanceiro, mais uma sobretaxa de 2,75%. Os recursos serão utilizados para quitar a primeira emissão de notas promissórias da empresa. A segunda série pagará o CDI mais 2,45% ao ano e financiará a compra de leite de produtores rurais. O Bradesco BBI será o coordenador da oferta.

Entrevista – Moacyr Saraiva, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas

Qual é a produção de frutas esperada para este ano?
A produção deve passar de 45 milhões de toneladas, crescimento de 3% se comparado ao ano passado. Hoje somos o terceiro maior produtor de frutas do mundo, atrás da China e da Índia.

Como está o consumo no País?
O consumo brasileiro de frutas tem crescido a uma taxa anual de 10% a 12%. Mas esperamos um retorno menor em 2013, devido à alta da inflação, que acaba tirando o poder de compra do consumidor, que, por sua vez, deixa de adquirir produtos não muito essenciais.

Com a alta do dólar, como ficarão as importações e exportações?
Este ano esperamos que o valor dos embarques cresça 10%, ante os US$ 620 milhões vistos em 2012. Já as importações devem ficar 3% menores que os US$ 467 milhões obtidos no ano passado.

Recorde nas exportações

brasileiras de carne bovina atingiram um faturamento recorde, em comparação ao mesmo período de anos anteriores. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, o valor superou US$ 2,5 bilhões, o que representa um resultado 15% superior ao registrado no período em 2012, com vendas de US$ 2,1 bilhões.

Embarque aquecido

As vendas externas de carne já cresceram 15% este ano

Faturamento e volume

US$ 2,5 bilhões em faturamento

562 mil toneladas exportadas

22,57% foi o crescimento em relação a 2012

28% foi o crescimento da carne in natura, a mais vendida

Tudo certo para a JBS

A aquisição de uma unidade de suínos da BRF em Caxias do Sul (RS) pela JBS, por R$ 200 milhões, foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica no início de junho. De acordo com o anúncio feito em maio, a operação envolve a unidade de abate do distrito de Ana Rech, em Caxias do Sul, a Granja André da Rocha, em Nova Prata, e cerca de 490 mil suínos. Do total que a JBS pagará à BRF, R$ 120 milhões correspondem às unidades de abate e cria e R$ 80 milhões aos animais comprados.

As novas terras da SLC

No início de junho, a SLC Agrícola, dirigida por Eduardo Logemann, adquiriu dez mil hectares de terras no Maranhão. A empresa vai pagar R$ 37,5 milhões pela propriedade, localizada entre os municípios de Tasso Fragoso e Alto Parnaíba. Nas próximas safras, o plano é cultivar 48 mil hectares no Estado, dos quais dez mil foram abertos no ano passado. Na última temporada, a companhia plantou 282,6 mil hectares com soja, milho e algodão no País.

 

Mitsubishi vai às compras

A japonesa Mitsubishi, que desde janeiro de 2012 detinha 20% da Ceagro Los Grobo, uma das maiores produtoras de soja e milho do País, comprou mais 60% da empresa, por R$ 1 bilhão. Como sócio dos japoneses ficou apenas Paulo Fachin, fundador da Ceagro, que permanece no comando da empresa com uma participação de 20%.

Comentário do mês

O Brasil iniciou em junho a colheita da maior safrinha de milho da sua história, que deverá atingir 48,5 milhões de toneladas, segundo estimativas da consultoria Safras & Mercado. Esse volume, que supera 26% dos 37,9 milhões de toneladas colhidas em 2012, estará disponível no mercado em até 90 dias. A grande dúvida nesse momento é saber que mecanismos precisam ser adotados para viabilizar o escoamento dessa safra gigante. De acordo com o analista Paulo Molinari, haverá um efeito direto dessa oferta nos preços internos do milho, independentemente dos valores praticados no porto ou dos programas do governo federal para a comercialização do grão. Nos últimos três anos, o País encontrou espaço no mercado internacional para promover o escoamento dos seus excedentes. Em 2012, a combinação de uma supersafra brasileira, com quebra de safra histórica nos EUA, levou o Brasil a embarcar 22,3 milhões de toneladas ao Exterior e esvaziar os estoques.