O aumento da renda da população brasileira nos últimos anos gerou um efeito multiplicador positivo em toda a economia. Com mais dinheiro em circulação e crédito facilitado, houve uma significativa expansão da demanda por eletroeletrônicos, automóveis, viagens e imóveis, entre outros. No entanto, de todos esses segmentos, nenhum se destacou tanto quanto o de alimentos, que triplicou de tamanho na última década. O consumidor brasileiro, que desembolsava R$ 105 bilhões R$ 105 bilhões para se alimentar em 2003, passou a gastar R$ 328 bilhões no ano passado, o que representa um crescimento superior a 200% no período, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). Não por acaso, a produção brasileira de grãos também saltou nesses dez anos, de 123 milhões para 186 milhões de toneladas, alta de 51%.

Por trás dessa euforia do consumo, há, indiscutivelmente, uma indústria em franco crescimento. Prova disso é a gigante do setor sucroalcooleiro Cosan, campeã na categoria Conglomerados de Alimentos do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. A companhia é a líder nacional na produção e comercialização de açúcar, matéria-prima para toda a indústria de alimentos, cujo consumo não para de crescer. Neste ano, a Cosan produzirá cerca de 4,1 milhões de toneladas do produto, quase o dobro dos 2,1 milhões de toneladas processadas há dez anos. Nesse mesmo período, a produção brasileira de açúcar passou de 19 milhões para 38 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

Segundo o presidente da Cosan, Marcos Lutz, o crescimento da produção é resultado do plano estratégico da companhia, além do aumento da demanda. Nos últimos dez anos, o grupo focou seus esforços em setores importantes para o País, como o sucroalcooleiro e de infraestrutura. “Assumimos um posicionamento estratégico que está em sintonia com a agenda de desenvolvimento do País”, diz Lutz. E, ao que parece, a estratégia tem dado certo. A receita líquida da Cosan no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 9,5 bilhões, alta de 36% ante os R$ 7 bilhões do mesmo período do ano passado.

Entre os destaques está exatamente o braço da companhia que cuida das vendas de açúcar, a Raízen Energia, que encerrou o terceiro trimestre de 2013 com uma receita líquida de R$ 3,2 bilhões, um crescimento de 44,4% em relação aos R$ 2,2 bilhões do mesmo período de 2012. “Ter um grupo controlador de segmentos distintos, como alimentos, combustíveis e infraestrutura, ajuda a identificar um grande número de oportunidades complementares e necessidades dos setores”, diz Lutz. “E também nos ajuda a alavancar as relações com o mercado”, afirma o executivo. A Cosan possui 24 usinas em operação, com capacidade de processar mais de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.

Apesar do otimismo da Cosan, o setor sucroalcooleiro está em alerta máximo em relação aos preços do açúcar no mercado internacional. Para Plínio Nastari, presidente da consultoria paulista Datagro, as cotações precisariam subir para estimular investimentos. “O açúcar é o elemento que viabilizava a operação da usina e precisa voltar a subir”, diz Nastari. Segundo ele, a produção da commodity na safra 2014/2015 deve ficar um pouco maior do que a safra que se encerrou, em torno de 38 milhões de toneladas.