O dia 8 de novembro ficará para a história da família nelorista. A data celebrou a realização do leilão Vila dos Pinheiros, um dos remates mais esperados do ano, promovido em Indaiatuba, no interior paulista,
pelo pecuarista Jaime Pinheiro sob o comando do leiloeiro Paulo Horto, proprietário da Programa Leilões, de Londrina, Paraná. Na pista do recinto, algumas das mais importantes doadoras da raça nelore, líderes do ranking e grandes campeãs. Após grande disputa entre os pecuaristas presentes, Horto anunciou o novo recorde de venda da raça no ano. Trata-se da fêmea Lawa 3 TE Porto Seguro, grande campeã na Expoinel 2014, em Uberaba, Minas Gerais. O próprio anfitrião, Pinheiro, não abriu mão da sua parte na sociedade com a Porto Seguro e pagouR$ 1,6 milhão pelos 50% de Lawa, valorizando a novilha em R$ 3,2 milhões. “Esse leilão foi histórico para o nelore”, diz Horto. 

Homenageado como Personalidade do Setor de Leilões pelo anuário AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014, Horto já está habituado a bater recordes em seus eventos. Com 30 anos de experiência, o empresário conseguiu transformar seus leilões em verdadeiros espetáculos, fazendo com que sua agenda seja disputadíssima. Segundo ele, a Programa, que também promove leilões virtuais, deverá fechar 2014 com a realização de 637 remates, quase dois por dia. O volume é 5% inferior ao de 2013. Contudo, o resultado é comemorado por Horto, diante de um ano marcado por vários desafios, entre eles a Copa do Mundo no Brasil e as eleições, que influenciaram no movimento. “O calendário de leilões ficou comprometido, foi preciso mexer nas datas”, diz Horto.  

Ao mesmo tempo, os preços praticados nos leilões permaneceram estáveis neste ano. O valor médio dos touros se manteve no mesmo patamar de 2013, na faixa de R$ 7,5 mil. O mercado de fêmeas, no entanto, teve valorização, alcançando o patamar de R$ 5 mil em média. Já o preço dos bezerros continuou firme, devido à escassez da oferta, o que causou maior valorização, fechando 2014 com 
média de R$ 1,2 mil.

Para 2015, Horto se mostra mais otimista. Na sua opinião, os preços deverão estar firmes e mais do que nunca será preciso aumentar a produção, para atender à demanda por carne no Brasil. 
“Enquanto houver pressão de consumo, aumento nas exportações e o boi valorizado, as perspectivas continuam sendo as melhores possíveis”, diz.