Software usado em empresas de petróleo chega ao

setor sucroalcooleiro com o apelo de conter a crise

Há cerca de seis meses, o setor sucroalcooleiro entrou num momento delicado. Os preços caíram, a demanda encolheu, mas as dívidas a pagar se mantiveram inalteradas, gerando sérios problemas de caixa nas usinas. Algumas não resistiram, muito em função de decisões erradas tomadas por seus executivos na hora do planejamento da safra. A boa notícia é a chegada de uma nova ferramenta que, apesar de não resolver todos os problemas, pode ajudar a melhorar a gestão do negócio. Recém-lançado no mercado brasileiro, o VCane 1.0 é um software que auxilia os empresários em momentos críticos, como projeção de mercado e distribuição da commodity.

O funcionamento é simples. Logo no início da safra, colocam-se no sistema todas as informações sobre suas lavouras próprias, áreas arrendadas, características das usinas, capacidade de armazenagem, capital de giro, entre outras. Depois são inseridos os dados de mercado, como contratos futuros, garantias de suprimentos e cotações, para que o VCane 1.0 trace seu plano operacional. “É uma ferramenta sofisticada que já é utilizada em empresas de petróleo e gás em todo o mundo, mas ainda não existia no setor sucroalcooleiro”, afirma Maurício Kerche Nunes, diretor da OP2B, empresa responsável pelo desenvolvimento e implementação do software, que pode custar entre R$ 100 mil e R$ 3 milhões.

Na prática, o VCane 1.0 decide quanto da produção deve ser destinado ao etanol, açúcar ou açúcar cristal, dependendo da demanda global e dos preços. Em casos de mudanças de cenário ou crises, o software recalcula tudo e gera um novo plano. “Ele não deixa sobrar nada. As usinas ganham pela eficiência”, continua o executivo, que tem entre seus principais clientes a Açúcar Guarani e suas cinco usinas.

Outra empresa de peso que já se rendeu ao VCane é a Bunge, e os resultados não poderiam ser mais animadores. “Utilizamos o sistema para o planejamento desta safra, o que ajudou muito no nosso plano produtivo, logístico e comercial. Ele nos deu soluções rápidas para a definição do mix de produtos, capacidade produtiva e estocagem”, garante Wilson Lucerna, da Bunge Sucroalcooleira.

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