Luta: a ideia é mobilizar mais de 13 mil acampados em prol da candidatura

Durante o mês passado, o Movimento dos Sem-Terra (MST) contabilizou 42 invasões e uma galhofa durante o chamado Abril Vermelho. José Rainha, que comanda uma ala do MST, disse que fará de cada acampamento um escritório de campanha da candidata petista Dilma Rousseff. “Faremos do campo um campo de batalha pela candidata petista”, diz. Coincidência ou não, nos cálculos do invasor será possível movimentar cerca de 13 mil pessoas em suas bases – valor que remete ao número do Partido dos Trabalhadores.

Mas a situação de Rainha é no mínimo curiosa. Mesmo comandando diversos acampamentos na região de Andradina, no Sudoeste paulista, ele não faz mais parte da cúpula do MST. Pelo menos não oficialmente, segundo o que informa a entidade em nota oficial. E talvez não seja um cabo eleitoral tão benquisto assim. “O José Rainha é um líder entre os seus pares, mas sem dúvida a sua associação à candidata petista pode causar rejeição por uma parcela dos eleitores”, explica o professor Cláudio Gonçalves Couto, especialista em ciências políticas da PUC-SP.

Para os representantes do campo, esse seria o pior cabo eleitoral do mundo, segundo explica Alexandre Garcia, diretor de relações do trabalho da CNA. “Ele pode mobilizar 13 mil sem terra, mas tenho certeza que associar a imagem de um candidato à de José Rainha, não será uma boa estratégia para quem pretende angariar os milhões de votos existentes na agropecuária brasileira”, comenta. Na opinião do representante rural, Rainha é o pior cabo eleitoral do mundo. “É uma pessoa que prega a desordem política, a invasão de terras e rejeita o direito de propriedade. Quem quer um sujeito desse do lado?”, avalia.

Já para a candidata petista, o discurso é de que todo apoio é bemvindo. O Partido dos Trabalhadores preferiu não comentar a empolgação de Rainha, mas garantiu que os acampamentos não serão escritórios oficiais.