São Paulo, 17 – A carne bovina sem osso não acompanhou a retomada dos preços do boi casado, iniciada no começo de julho. Segundo análise da Scot Consultoria, a proteína desossada acumula queda de 2% no mês e de 1,3% na média semanal. “A queda mostra que açougues e supermercados estão ofertando o que havia estocado – este produto permite mais estocagem – e o fluxo de recompra não é suficiente para puxar os preços de venda na indústria.”

O resultado disso para os frigoríficos, que já começaram a pagar mais pela matéria-prima escassa nesta época, é uma diminuição em suas margens, que chegaram a 30% em junho e atualmente estão em 23%, destaca a consultoria. O cenário de escassez de oferta é ainda mais intenso neste ano por causa da redução do primeiro giro de confinamento.

Quando a oferta de matéria-prima diminui, as negociações spot de carcaça tendem a ganhar força. “Além disso, tem o efeito do pagamento de salários, que normalmente melhora o giro de estoque dos varejistas, que são menores, mais enxutos, nos estabelecimentos que compram carne com osso”, dizem os analistas da Scot. Tudo isso somado contribuiu para a alta de 3,3% do boi casado neste mês.