Nos dias 13 e 14 de abril ocorreram três importantes leilões nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, com um relevante ponto em comum: tdos ofertaram ao mercado fêmeas geneticamente avaliadas dentro das condições de ambiente brasileiras pelo Gestor Leite, programa de melhoramento genético em raças leiteiras da central genética CRV Lagoa, de Sertãozinho (SP).

No dia 13, ocorreu em Castro (PR) o III Leilão Terra do Leite, organizado pelas fazendas Chácara Borg (Ubel Borg), Engenho Velho (João Guilherme Brenner) e Rhoelandt (Ronald Rabbers). Foram comercializados 46 lotes, dentre fêmeas e aspirações de vacas destaque desses rebanhos, com faturamento total de R$ 700 mil. A fêmea de maior valor comercializado foi a novilha HVB AL Classic Cassy 874 Red ET, Top nos valores genéticos para as características de força leiteira, frame, composto de úbere e tipo final.

No mesmo dia 13, ocorreu em Descalvado (SP) o 40º Leilão Anual da Agrindus S/A, organizado pela família Jank. O remate ofertou 200 animais das raças Holandesa e Girolando, além de aspirações e prenhezes, com faturamento total de R$ 1.019.760,00. A fêmea de maior valor comercializado foi a Agrindus 3893 Paramount-ET, com 1.053 kg de valor genético para leite e Top na avaliação genética para tipo, úbere, força leiteira, pernas e pés e longevidade.

Já no dia 14, ocorreu em Brazópolis (MG) a 1ª etapa do leilão de liquidação da Fazenda Santa Luzia, organizado por Rafic Youssef El Mouallem, com a oferta de 350 vacas em produção, com faturamento de R$ 1.452.300,00. O leilão também utilizou informações de provas de suas fêmeas no Gestor Leite. A 2ª etapa do leilão está agendada para o dia 19 de maio e também apresentará as informações genéticas das fêmeas jovens ofertadas.

Os três eventos representaram um importante marco na pecuária de leite pela elevada qualidade de seus animais, oriundos de rebanhos que praticam seleção há décadas, mas também pelo uso de informação genética efetiva de seus animais postos em comercialização.

As provas genéticas seguem os mesmos critérios das provas que são geradas para reprodutores, onde são considerados os efeitos da performance do animal, do pedigree e dos aspectos ambientais que influenciam os desempenhos dos indivíduos. O Gestor Leite, atualmente, possui mais de 52 mil fêmeas brasileiras da raça Holandesa em sua avaliação genética.

Além das 27 características de produção, conformação e funcionalidade apresentadas nas provas dos animais, uma grande novidade foi o IEB (Índice Econômico Brasileiro), o primeiro índice genético econômico do Brasil, que permite quantificar em reais (R$) o quanto de receita uma fêmea tem de potencial genético para produzir em uma lactação, com base em seu potencial genético para leite, gordura e proteína, bem como as condições de ambiente e políticas de remuneração do leite nacionais. Esse índice foi desenvolvido em parceria entre o departamento de pesquisa e desenvolvimento da CRV e a APTA (Agência de Pesquisa em Tecnologia do Agronegócio), instituição de pesquisa do estado de São Paulo.

³Os eventos foram marcantes, pois além da elevada qualidade dos animais, apresentaram uma abordagem pioneira e inovadora para o mercado brasileiro de rebanhos leiteiros, com os valores genéticos dos animais preditos sob as condições nacionais. Entendemos que o produtor que vai a um leilão desse porte, procura por genética superior e nada melhor do que ter informações que quantifiquem e definam melhor o potencial de cada animal, até mesmo para que ele possa direcionar sua compra para a genética que melhor o atenda², explica Raul Carneiro, gerente do Gestor Leite.

³As avaliações genéticas permitem ao produtor conduzir um trabalho de melhoramento de seu rebanho de forma simples, mas muito efetiva, alcançando seus objetivos de forma mais rápida e objetiva. Outro aspecto importante é o valor agregado de um animal quando se pode conhecer de forma numérica seu potencial genético. Isso ajuda muito não apenas quem vende, mas principalmente quem compra genética², acrescenta Carneiro.