Uma onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, leão da montanha ou leão-baio, foi flagrada caminhando por uma área de proteção ambiental em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Há mais de um século a espécie era considerada extinta na área litorânea do Rio.

Segundo maior felino do Brasil, a suçuarana é menor apenas do que a onça-pintada. Arredia, não se deixa flagrar com facilidade.

Os registros foram feitos por armadilhas fotográficas instaladas no Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá (Revimar) em setembro, novembro e dezembro de 2021. E só foram divulgados agora pela prefeitura.

Em junho de 2021, câmeras de segurança do Sítio Burle Marx, em Guaratiba, na zona oeste do Rio, flagraram um desses animais na área.

A presença do felino foi confirmada por um grupo de biólogos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O ressurgimento da espécie em florestas do Rio e da Região Metropolitana é visto por especialistas como sinal de que as políticas de preservação e reflorestamento da Mata Atlântica estão funcionando.

O Estado do Rio alega ter atingido o desmatamento zero, que ocorre quando menos de cem hectares de mata são destruídos por ano.

“A presença desses predadores de topo de cadeia em nossas áreas protegidas é um bioindicador da qualidade das nossas florestas”, afirmou o secretário de Cidade Sustentável de Maricá, Helter Ferreira. “Nosso município possui mais de 50% de seu território inserido em Unidades de Conservação e esse acostamento através do trabalho de monitoramento realizado pela Prefeitura de Maricá vem coroar nossas ações.”

Câmeras também captaram gato-maracajá

Além da onça-parda, as armadilhas fotográficas instaladas pelo Revimar flagraram, em fevereiro de 2021, um gato-maracajá (Leopardus wiedii). Esse felino selvagem é considerado um dos animais mais bonitos da fauna brasileira. Pouco maior do que um gato doméstico, com manchas pretas como uma onça-pintada, o maracajá também era considerado extinto na região costeira, seu antigo hábitat.

Os equipamentos de registro de movimento da fauna, diurno ou noturno, fazem parte de um projeto desenvolvido em Maricá para monitorar e identificar as espécies encontradas nas áreas protegidas. As imagens são registradas numa base de dados sobre a Mata Atlântica. Ela ficará à disposição para pesquisas e projetos de conservação do meio ambiente.

Município tem outras áreas de proteção

Em Maricá, há outras áreas de proteção além daquela na qual a onça parda foi flagrada. É o caso da Área de Proteção Ambiental Municipal das Serras de Maricá, do Monumento Natural Municipal da Pedra de Inoã e do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia.

Só o Revimar tem 9 mil hectares, mais do que o dobro do Parque Nacional da Tijuca, e se estende por 25% do território de Maricá – representa uma área maior do que Armação dos Búzios, por exemplo.