Quem já visitou a Agrishow sabe: aquilo não é lugar para fracos. Ao todo, são mais de 440 mil metros quadrados e cruzar o recinto de um lado para o outro pode exigir uma caminhada de mais de meia hora. Embora não seja a época mais quente do ano no município de Ribeirão Preto, essa ainda é uma das regiões de temperaturas mais elevadas do Estado de São Paulo. Não raro, os dias são acompanhados de calor intenso mesmo nesta época do ano. No parque, nada de rodas-gigantes ou estandes vendendo bebida alcoólica. Ao fim do dia, e após horas de caminhada, o destino de uma grande parcela dos visitantes é o de sempre desde a fundação da Agrishow, em 1993: a tradicional Choperia Pinguim, localizada ao lado do Theatro Pedro II, em um prédio de 1936, tombado pelo patrimônio histórico e que ainda abriga o primeiro elevador dacidade, intacto e em funcionamento. Em dias comuns, é frequentada por turistas, artistas famosos e, claro, por cidadãos de Ribeirão Preto, que fizeram da casa ponto turístico obrigatório. Mas é em épocas de Agrishow que a frequência realmente dispara, aumentando em 150%. A demanda é tamanha que a choperia oferece serviços como o Pinguim Chopp Fest, que leva toda a infraestrutura e decoração para atender festas e eventos. Esse serviço também é requisitado durante os dias da Agrishow por alguns dos estandes em exposição, que queiram oferecer aos seus visitantes os diversos tipos de chope da marca. Outro serviço disponibilizado durante a feira é a locação do salão de eventos que, na sobreloja do Pinguim Centro, está sempre alugado para comemorações regadas a chope, bebidas quentes e cardápio à escolha do cliente. Mesmo com lotação para 250 pessoas, em épocas de Agrishow, as filas são  realmente grandes e podem levar a duas horas de espera. E, como se trata de um estabelecimento cujo foco principal é a venda de bebidas alcóolicas, cuidado com a lei seca. “Temos um serviço de vans para o transporte dos clientes da feira para a choperia, ou de um Pinguim para o outro, explica o sócio-diretor da casa noturna Paulo Ferreira.

Para ele, a palavra-chave que define a choperia é padrão. “Eu priorizo muito a padronização em todos os sentidos”, explica. Assim como todo “boteco”, a bebida vem acompanhada de outros quitutes, conforme explica o consultor de projetos, engenheiro e administrador de empresas Marcelo Roselino, que frequenta o Pinguim há cinco décadas. “O que mais gosto, além do melhor chope, é do bacalhau servido lá.”

Quem não quiser enfrentar duas horas de fila para entrar na choperia do centro pode tentar a sorte em dois outros estabelecimentos. Um deles está localizado no Ribeirão Shopping. Esse, por exemplo, é o preferido pelo produtor de cana-de-açúcar João Ferraz Filho, que frequenta a choperia há 32 anos e atribui o sucesso da rede ao atendimento. Segundo ele, uma das figuras lendárias é o gerente “João do Frango”, atualmente à frente da casa, que já está na rede há 50 anos. “Isso faz toda a diferença”, afirma. “Abrir filial num shopping foi uma forma de nos mantermos modernos tendo um negócio bastante tradicional”, explica Paulo Ferreira. “Nossa outra casa está no Shopping Santa Úrsula, que conta com a movimentação do público local, um cardápio sofisticado com grelhados e uma seleção de carnes com cortes especiais”, avalia.