As instituições governamentais, que servem de apoio à produção, nunca foram tão necessárias para destravar as pautas do setor. Entre elas estão a logística, o seguro,o crédito e a infraestrutura

Arnaldo Manuel Machado Borges
A liderança da maior entidade da pecuária no País, a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), está pela primeira vez nas mãos do pecuarista Arnaldo Manuel Machado Borges, 63 anos. A entidade congrega 23 mil associados, cujas propriedades são responsáveis por 80% do rebanho nacional de 212,3 milhões de bovinos. Borges traz consigo outros 87 nomes novos para dentro da casa para ajudá-lo a dirigir a entidade. Entre as propostas que Borges pretende colocar em prática em seu mandato se destaca o aprimoramento do Programa de Melhoramento Genético de Zebuíno (PMGZ).

João Martins da Silva Júnior
O administrador João Martins da Silva Junior, 75 anos, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esteve à frente da maior mobilização de produtores rurais deste ano. Silva Junior conseguiu articular a presença de cerca de 18 mil produtores no dia 17 de abril deste ano, num ato a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente eleita Dilma Rousseff. A reivindicação da classe de produtores do País ajudou a pressionar os deputados no processo que afastou de vez Rousseff no dia 31 de agosto, e deu posse definitiva a Michel Temer.

Marcos da Rosa
O agrônomo e produtor mato-grossense Marcos da Rosa, 51 anos, foi aclamado ao tomar posse este ano da presidência da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil). A ovação saiu justamente dos produtores de Mato Grosso, Estado onde está localizada sua propriedade. Eles comemoravam o fato de um representante do maior Estado, o maior produtor de soja do País estar de volta ao comando da entidade. O último presidente representando a região havia sido Glauber Silveira, que deixou o cargo em 2014. Entre suas propostas, Rosa destaca a discussão sobre a renegociação de dívidas dos produtores e as mudanças no seguro rural.

Mario Sergio Cutait
No comando do Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) há cerca de dez anos, o administrador Mario Sergio Cutait, 56 anos, tem elevado a importância da representação do agronegócio dentro do setor industrial através de seu trabalho. Atualmente, o Deagro é um dos órgãos técnicos de maior protagonismo no País. Através de seus estudos, análises e boletins econômicos e macroeconômicos, a entidade se tornou uma das principais referências para o empresariado do agronegócio em suas tomadas de decisão.

Eduardo Corrêa Riedel
Eduardo Corrêa Riedel, 46 anos, biólogo com mestrado em genética animal e gestão empresarial, tem uma longa lista de serviços prestados ao agronegócio. Já administrou fazenda, é produtor rural, foi sindicalista e também presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Até que, em 2014, saiu do setor para assumir o cargo de secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica do Estado. Mas não perdeu sua influência no setor. Com frequência, ele é chamado pelos produtores para se manifestar sobre logística, questões indígenas e legislação.

Ana Amélia Lemos
A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP-RS) foi eleita no ano passado presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Além disso, ela é vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio. Em função desses cargos, Lemos tem permanecido muito próxima de lideranças do setor e de produtores rurais. Não por acaso, uma de suas atuais causas é fazer com que questões como a regularização fundiária entre na pauta das prioridades do governo federal. Em muitos assentamentos já regularizados nos programas de reforma agrária, produtores esperam há mais de 20 anos pelo título de posse da terra.

Marcos Montes
Marcos Montes, 67 anos e deputado federal (PSD-MG), é presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), desde o no ano passado. Sob o seu comando estão 60 deputados de diversos partidos, como PMDB, PSDB, PDT e PSB. O grupo criado em 1995 se reúne todas as semanas em Brasília, para discutir temas diversos, entre eles logística, tributos, legislação, meio ambiente e produção. Montes tem se aproximado do governo de Michel Temer, em busca de apoio para as causas do setor. Não por acaso, em julho, pela primeira vez na história da FPA um presidente da república participou de seu encontro semanal.

Roberto Azevedo
Primeiro diplomata latinoamericano a ser  eleito para ocupar o cargo de presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo é reconhecido globalmente como uma destacada liderança do setor. No próximo ano, os 149 países membros elegerão um novo presidente para a entidade e a sua recondução ao cargo tem boas chances de acontecer. Desde que foi fundada em 1995, a OMC já realizou dez conferências, das quais três tiveram Azevedo em seu comando. Nesse período, o maior feito de Azevêdo foi conseguir a reabertura da rodada de Doha, criada em 2001 para discutir questões de tarifas, agricultura, serviços e comércio mundial. A rodada ainda não está fechada.

Robério Oliveira Silva
Com o apoio do governo brasileiro, em 2011 Robério Oliveira Silva tornou-se diretor geral da Organização Internacional do Café (OIC). Desde então, comanda as ações mundiais de promoção do cultivo do grão e do consumo da bebida. No mês passado, em uma sessão que reuniu o conselho da OIC, em Londres, para a eleição de uma nova diretoria, Silva foi reconduzido ao cargo para um mandato de mais dois anos.

José Graziano da Silva
No ano passado, o agrônomo brasileiro José Graziano da Silva foi reeleito como diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), para o período que vai até 2019. Graziano, como é chamado, recebeu 177 votos de um total de 182 países votantes. Os integrantes do órgão afirmaram, em um comunicado oficial, que ele foi reconduzido ao cargo por ter tornado a FAO uma verdadeira porta voz da erradicação total da fome e da desnutrição no mundo. Sua primeira eleição ocorreu em 2011.

“Com muito esforço, e graças a um trabalho de gerações, parece que agora o agronegócio passou a ser reconhecido como a grande mola propulsora do desenvolvimento da economia brasileira. Por muito tempo, os governos discriminaram e parecia não acreditarem na força do campo. No atual cenário, o campo mostra seu papel de destaque, ao ajudar a economia no País inteiro. O agronegócio segura a balança comercial, sustenta a empregabilidade (ainda mais em um momento de crescimento significativo do desemprego), promove a circulação do dinheiro e a manutenção das atividades em estados e municípios. Por isso, otimismo é a palavra de sempre. Ele faz parte da índole do produtor, mesmo diante das dificuldades que se apresentam. Neste momento, não temos que chorar, mas vender os lenços a quem chora. Esse é o momento para o Brasil avançar e garantir também, junto à iniciativa privada, os recursos necessários para solucionar de vez os gargalos na infraestrutura e na logística.” Pedro Taques, governador do Estado de Mato Grosso