Receita: Marcos Lauxen (à esq.) trabalha com orçamento baixo para as pesquisas, mas Paulo Guimarães garante que novos projetos estejam sempre em curso

Foram necessários 16 mil quilômetros percorridos para que um time formado por 20 especialistas desse o veredicto sobre quais as grandes novidades de 2009 e quem são os inventores mais criativos do campo brasileiro. Há 27 anos a Gerdau, maior fabricante de aço no País, realiza a premiação chamada “Melhores da Terra” e com isso tenta incentivar a indústria. “Onde há aço de segurança, estamos presentes e a agricultura é o nosso terceiro maior negócio, atrás do setor automobilístico e de caminhões”, disse à DINHEIRO RURAL o presidente do conselho da empresa, Jorge Gerdau Johannpeter. A ideia, segundo ele, é garimpar o que de melhor foi produzido no ano. Segundo o coordenador da comissão julgadora, Luiz Fernando Coelho, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a premiação ajuda a balizar o mercado.

“É uma junta de especialistas que analisa de alto a baixo toda a tecnologia empregada e entrevista os clientes que já compraram o equipamento”, conta.

Pequena em tamanho, mas valente em suas operações, a Vence Tudo, empresa da região de Pelotas (RS), levou um dos troféus de ouro. Ela apresentou uma semeadora que resolveu um antigo problema da agricultura de precisão ao lançar quantidades variáveis de fertilizante enquanto faz o plantio. “É um produto feito para quem já detém um alto nível de tecnologia na fazenda”, explica Marcos Lauxen, presidente da empresa. De acordo com o diretor-geral de operações da multinacional, Cláudio Gerdau Johannpeter, coordenador do prêmio, o mercado reconhece as melhores soluções. De fato, algumas engenho cas tecnológicas foram apresentadas, como o pulverizador da Herbicat, empresa de Catanduva (SP). A máquina é utilizada para a aplicação de defensivos agrícolas em pomares de médio e grande porte, principalmente de frutas cítricas. O equipamento permite aplicar o produto de forma a atingir toda a árvore, inclusive a parte interna da copa. “É uma tecnologia que estamos aperfeiçoando há pelo menos dois anos e agora está completamente madura”, afirma o presidente da empresa Luiz César Pio.

Criador de um equipamento com o sugestivo nome de Estrumaq, o agricultor Edmar da Silva Macedo, de Vila Maria (RS), impressionou a banca julgadora. “Em função de uma necessidade de mecanizar o recolhimento de dejetos animais nos estábulos de gado leiteiro, ele criou um pequeno veículo automotor que resolve o problema de pequenas propriedades”, diz Coelho, coordenador da comissão. O que o agricultor pensa disso? “A gente tem que se virar da melhor forma, agora quero ver se algum fabricante se interessa em levar adiante o projeto”, afirma.