Ao longo dos 37 anos em que atua no mercado brasileiro de genética bovina, a Lagoa conseguiu se firmar como uma das líderes desse setor. Só em 2007, a empresa sediada em Sertãozinho, no interior paulista, comercializou cerca de 1,8 milhão de doses de sêmen, o que corresponde a 24% do total vendido no País, segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Número que lhe rendeu um faturamento de R$ 45 milhões, crescimento de 12,5% em comparação a 2006. Com o mercado brasileiro consolidado, agora a empresa se prepara para vôos maiores e inicia um plano de expansão que tem como meta intensificar sua presença internacional e torná-la uma marca global. O primeiro passo para isso foi a mudança de seu nome. A companhia passa a se chamar CRV Lagoa. A sigla é uma alusão à holding holandesa CRV, que há oito anos é a controladora da central. “Não se trata apenas de uma mudança estética. A nova marca representa a força da nossa matriz e nos colocará como um marca global”, explica o diretor- presidente da Lagoa, Gus Laeven, holandês que há oito anos está à frente da empresa brasileira.

 

MERCADO: só em 2007 a empresa comercializou 1,8 milhão de doses de sêmen, 24% do total vendido no Brasil. Desse total, 5% é exportado

Hoje, as exportações respondem por 5% das vendas e o objetivo é que já em 2009 elas correspondam a 10%. Na mira estão Venezuela, Argentina e países da América Central. Disposta a brigar por esses mercados, a empresa não quer perder tempo e já anunciou que pretende promover aquisições e fincar de vez os pés nessas regiões. “Estamos estudando esses mercados e temos planos de adquirir empresas que agreguem valor as nossas operações”, conta Laeven, que não revela o total dos investimentos nem as empresas que estão na mira. O executivo, aliás, em breve se despedirá do comando da Lagoa para se dedicar exclusivamente ao plano de internacionalização e acompanhar de perto essas aquisições. “Vamos usar o know-how da nossa matriz para ter êxito nesses mercados”, afirma.

 

R$ 45 Milhões é o faturamento da Lagoa, que vai ampliar as exportações

Tanto apetite para avançar mundo afora vem do bom desempenho da empresa no mercado brasileiro, hoje responsável por 19% do faturamento global da holding, que fechou 2007 em R$ 246 milhões, com seis milhões de doses comercializadas em mais de cinqüenta países. “O Brasil tem um potencial imenso de crescimento através da tecnologia”, avalia o executivo.De acordo com o presidente, as vendas de sêmen para rebanhos leiteiros cresceram 40% nos últimos anos. “O Brasil deve se tornar um grande exportador desse produto, mas precisa melhorar a produtividade, e a genética contribui para isso.” Outro ponto chave para os resultados positivos está nos investimentos em novas tecnologias. Um exemplo disso foi o lançamento do sêmen sexado em 2005. A técnica permite ao pecuarista escolher o sexo do animal, no momento da compra do embrião. “Essa é uma tecnologia importante que aperfeiçoamos ao longo desses anos. Hoje, ela responde por 30% das nossas vendas.”

 

TECNOLOGIA: sêmen sexado responde por 30% das vendas

Atualmente a aposta da central está nos marcadores moleculares. Uma tecnologia capaz de mapear o código genético do animal e avaliar suas qualidades quanto à taxa de gordura, maciez da carne, produção leiteira, dentre outras. “Sem dúvida, essa tecnologia será muito útil no futuro, como uma grande ferramenta para o produtor”, prevê Laeven.