O ouro fechou em baixa nesta quinta-feira, 29, pressionado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries. Depois de terem recuado na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), os juros dos títulos da dívida pública americana voltaram a subir. Além disso, o metal precioso também foi impactado pela valorização marginal do dólar ante alguns pares. Com a moeda dos EUA em alta, o ouro fica mais caro e menos atrativo para quem opera com outras divisas, o que reduz a demanda.

O ouro para junho recuou 0,32%, a US$ 1.768,3 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Em relatório enviado a clientes no começo do pregão, o Commerzbank destaca que a retórica dovish do presidente do Fed, Jerome Powell, jogou os juros dos Treasuries para baixo na quarta-feira.

“Dito isso, os rendimentos dos títulos estão subindo novamente, o que fez com que o ouro caísse para US$ 1.780”, afirma o analista de metais preciosos Carsten Fritsch, do banco alemão.

Na visão do analista de mercado financeiro Edward Moya, da Oanda, a melhora de indicadores econômicos dos EUA afasta os investidores da segurança dos Treasuries, o que causa a queda dos juros, e aumenta as apostas de que o Fed pode estar errado ao ver a inflação como transitória.

“O ouro tem um suporte maciço no nível de US$ 1.745 e se isso se mantiver, um período de consolidação provavelmente permanecerá em vigor no curto prazo”, afirma o profissional da Oanda.

Para Moya, o metal precioso pode voltar a subir, mas, para que isso ocorra, o mercado de títulos precisa se convencer de que o Fed permanecerá acomodatício nos próximos meses.

De acordo com dados divulgados pelo World Gold Council e repercutido pelo Commerzbank, a demanda por ouro caiu 23% no primeiro trimestre de 2021, na comparação anual, a 816 toneladas.