O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 29, e no acumulado desta semana. O metal precioso foi beneficiado pela queda do dólar no confronto com a maioria de seus pares globais, como o euro e o iene. O enfraquecimento da divisa americana tende a dar fôlego a commodities cotadas em dólar. Em cenário mais amplo, operadores reagem a apostas de que o Federal Reserve (Fed) vai moderar o aumento dos juros no atual ciclo de aperto monetário nos EUA.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,71% entre ontem e hoje e 2,17% na semana, a US$ 1.781,80 por onça-troy.

Apesar de indicadores de preços como o índice de preços de gastos com consumo (PCE) e o índice de custo de emprego mostrarem alta acima do previsto hoje, boa parte do mercado mantém a posição de que o Fed será mais brando na alta de juros nos EUA, após retórica considerada dovish do presidente Jerome Powell e do segundo trimestre seguido de contração do Produto Interno Bruto (PIB) americano.

“Esse rali relacionado ao Fed parece um pouco exagerado para nós, então vemos os preços dos metais preciosos diminuindo no curto prazo”, projeta a Capital Economics. Em relatório, a consultoria diz esperar que a onça-troy do ouro termine o ano precificada em US$ 1,65 mil, em queda concomitante ao eventual fortalecimento do dólar, diante do aperto monetário do Fed – que deve ser menos suave do que o mercado sugeriu esta semana, segundo a casa.

O TD Securities tem visão similar, e por isso optou por mudar sua posição para vendida em relação ao ouro, ao antecipar que uma reprecificação nas expectativas sobre o Fed vai “exacerbar fluxos de saída do metal amarelo”.