O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 26, com o salto nos casos de covid-19 em estados americanos que acende o alerta dos investidores para a possibilidade de novo bloqueios e restrições que poderão impactar a retomada da economia. A temida segunda onda de infecções trouxe cautela para os mercados acionários e apoiou o ouro, que voltou a ser procurado como ativo de refúgio.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro para agosto encerrou em alta de 0,55%, a US$ 1.780,30 a onça-troy, com alta semanal de 1,56%.

Os Estados Unidos registraram ontem um aumento recorde de quase 40 mil infecções por covid-19 em um dia, liderado pela Flórida, Texas, Califórnia e Arizona, ultrapassando o nível de 24 de abril, segundo análise Universidade Johns Hopkins.

“Qualquer pessoa que deseje viajar para Nova York, Nova Jersey ou Connecticut a partir de pontos de acesso nos EUA terá que se auto isolar por um período de 14 dias primeiro. Portanto, resta saber se a tendência de melhoria dos dados econômicos permanecerá”, alerta Carsten Fritsch, economista do Commerzbank.

Segundo o analista do banco alemão, a economia americana continuará a contar com um apoio maciço da política monetária e fiscal do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). “A expansão da liquidez do banco central e da dívida pública continua a defender uma demanda robusta por ouro como porto seguro e reserva de valor”.

Já a capital Economics acredita que os preços do metal precioso devem cair até o fim do ano. “Dados recentes mostraram que as importações de ouro para a China e a Índia em maio se alteraram pouco em relação ao mês anterior, e continuam a representar uma imagem sombria na demanda física de ouro”.