O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 20, em sessão marcada pela cautela nos mercados globais, situação que reforça a busca pelo metal como um ativo de segurança. O temor por conta da crise envolvendo a chinesa Evergrande e as tratativas pelo teto da dívida nos Estados Unidos também tiveram como efeito uma queda nos rendimentos dos Treasuries, o que tende a beneficiar o ouro. A decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que sai na quarta-feira, 22, também recebe grande atenção do mercado.

O ouro com entrega prevista para dezembro encerrou a sessão com alta de 0,71%, a US$ 1.763,80, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Na avaliação da Capital Economics, as repercussões do “caso Evergrande” para o resto do mundo estão crescendo, com um “sell off” nos mercados globais hoje, mas a turbulência ainda não chegou à escala de “sustos” anteriores na China, como a guerra comercial com os EUA em 2018 e 2019 ou a desaceleração da economia do país asiático em 2015 e 2016.

Já nos EUA, em artigo publicado no Wall Street Journal, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, fez novo apelo aos congressistas para que o teto da dívida seja aumentado. Um possível default da dívida americana seria inédito e causaria um crise financeira histórica, segundo Yellen.

Sobre o Fed, o Commerzbank avalia que a autoridade sinalizará nesta semana que o “tapering” será anunciado no quarto trimestre e começará no início de 2022. Se o presidente do Fed, Jerome Powell, puder convencer o mercado de que a redução gradual de estímulos não será rapidamente seguida por nenhuma alta nas taxas de juros, o ouro pode se recuperar mais na segunda metade da semana, projeta o banco alemão.