O ouro registrou ganhos, nesta quarta-feira, 30. O metal chegou a recuar no início do dia, em quadro de dólar forte, porém houve espaço para uma reação. A cautela com a variante Delta da covid-19 e suas ameaças à retomada econômica em vários países seguiu no radar, em jornada também de queda nos juros dos Treasuries em geral.

O contrato do ouro para agosto fechou em alta de 0,45%, em US$ 1.771,60 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). No mês, ele teve perda de pouco mais de 7%.

No câmbio, o dólar valorizado tende a pressionar o ouro, já que nesse caso o metal fica mais caro para os detentores de outras moedas. Por outro lado, os juros dos Treasuries recuavam na maioria, o que em geral beneficia o ouro, que compete com os juros dos bônus como opção segura de investimento.

A busca por segurança foi apoiada pela variante delta. A cepa da covid-19, mais contagiosa, tem se disseminado e pode atrasar a recuperação econômica em vários países. A variante se espalha por Europa, Ásia e África, gerando temores de uma nova onda da doença. No Reino Unido, por exemplo, o NateWest afirma que o medo do vírus volta a ganhar força, com o avanço de casos e a cepa delta circulando. Por outro lado, o banco nota que a vacinação tem freado as hospitalizações e mortes pela doença no país.

A Capital Economics afirma em relatório que o ouro, após ter mantido tendência de alta a partir de abril, passou a mostrar viés de baixa nas últimas semanas. A consultoria diz esperar que o metal recue mais, nos próximos dois anos, conforme avança o retorno dos Treasuries nos EUA. Ela prevê que o ouro chegue ao fim de 2022, por exemplo, em US$ 1.500 a onça-troy.