O contrato futuro do ouro fechou em alta nesta quinta-feira, 24, estendo os ganhos de ontem. Mesmo com os rendimentos dos Treasuries e o dólar em alta, além de um Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mais hawkish – o que normalmente pressionaria o metal precioso -, o ouro conseguiu avançar hoje impulsionado pelo anúncio de novas sanções à Rússia.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 1,28%, a US$ 1.962,20 por onça-troy.

Hoje, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que prefere uma postura cautelosa da entidade ao realizar a retirada de acomodação por meio do aumento do juro básico este ano, mas não rejeitou a ideia de um aumento de meio ponto porcentual. O TD Securities destaca que a demanda por refúgio, como o ouro, está subindo mesmo diante de um Fed hawkish. Para Edward Moya, da Oanda, uma grande parte do rali do ouro de hoje coincidiu com essa “ira” do Fed. “Para o dia, o ouro é mais uma vez um ativo de proteção contra inflação”, destacou, em relatório enviado a clientes.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje que deve diminuir a capacidade do Banco Central da Rússia de implantar reservas internacionais, incluindo ouro. “Esta orientação deixa claro que qualquer transação envolvendo ouro relacionada ao Banco Central da Rússia está coberta pelas sanções existentes”, disse, em comunicado. Além disso, o órgão anunciou medidas contra empresas do setor industrial de defesa russo, 328 membros da Duma – braço Legislativo da Rússia – e o CEO do Sberbank, Herman Gref. Para Moya, os preços do ouro subiram à medida que os investidores aguardam o impacto dessa última rodada de sanções dos EUA.

De acordo com o Commerzbank, sanções alimentam as expectativas de inflação, o que beneficia o ouro em seu papel de reserva de valor. “Em nossa opinião, é provável que o preço do ouro continue subindo por enquanto”, prevê.