O contrato futuro de ouro mais líquido fechou no maior nível em quatro meses nesta segunda-feira, apoiado pelo enfraquecimento do dólar. O metal precioso tem capitalizado da escalada da inflação em economias desenvolvidas, sobretudo nos Estados Unidos, porque tende a servir de espécie de “hedge” contra oscilações de preços.

O ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão com ganho de 1,60%, a US$ 1.867,60 a onça-troy, na divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), no fechamento mais alto desde 7 de janeiro.

“A reviravolta no sentimento de investidores e o impulso sugerem que o ouro continuará em sua escalada”, avalia o Commerzbank, em relatório enviado a clientes.

Nos últimos dias, uma série de indicadores americanos renovou os temores de que a maior economia do planeta enfrente um novo ciclo inflacionário. A inflação ao consumidor, por exemplo, subiu a uma ritmo anualizado de 4,2% em abril, bem acima das mediana de previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 3,6%.

Nesse cenário, dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) têm feito esforços para acalmar as preocupações. O vice-presidente da instituição, Richard Clarida, reiterou que a alta inflacionária é temporária, mas garantiu que o BC dos EUA tem instrumento suficientes para contê-la, se necessário.

“O ouro poderá estender os ganhos se o rendimento dos Treasuries de 10 anos permanecer próximo da faixa de 1,60%. O maior risco para o ouro agora é se o dólar ficar mais forte se as restrições (por conta da covid-19) na Ásia se tornarem comuns”, explica o analista Edward Moya, da Oanda.