O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta terça, 15, em mais uma sessão na qual as tensões entre Rússia e Ucrânia direcionam os preços do metal, que é buscado como um porto-seguro. Diante da redução dos temores por uma incursão militar no território ucraniano, em dia que contou com sinalizações russas sobre desmobilização de tropas, o ouro operou pressionado, e perdeu parte dos ganhos que havia acumulado nas últimas sessões.

O ouro para abril, contrato mais líquido, fechou em baixa de 0,71%, a US$ 1.856,20 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

“As crescentes tensões geopolíticas entre a Rússia e o Ocidente em torno da Ucrânia viraram o foco do mercado de ouro no final da semana passada”, aponta o Julius Baer. Olhando para a reação histórica do metal em tais situações, “descobrimos que os preços normalmente sobem à medida que os riscos geopolíticos aumentam, seguidos por um pico de curto prazo em torno do evento real”, explica o banco.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, acenou para uma desescalada das tensões geopolíticas ao afirmar que a decisão de retirar parte das tropas da fronteira ucraniana foi tomada, mas alertou que a resposta de potenciais ocidentais às exigências da Rússia “não corresponde aos princípios básicos” estabelecidos pelo seu governo.

Para o Julius Baer, salvo uma escalada militar das tensões, não deverá haver uma compra ampla de ouro de buscadores de refúgios, ou seja, “qualquer vantagem reflete uma melhora no humor do mercado, o que coloca os preços em uma base mais suave”. Qualquer recuperação não apoiada por buscadores de refúgio provavelmente encontrará resistência mais cedo ou mais tarde, desde que a economia esteja em modo de recuperação, projeta o banco.