O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta terça-feira, 5, em sessão na qual o metal é pressionado pelo avanço do dólar, moeda na qual é cotado, e uma alta nos rendimentos dos Treasuries, ativos que costumam competir com a commodity. Neste cenário, a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) é especialmente observada, levando em conta as perspectivas para alta de taxas e o comportamento da inflação. Na quarta-feira, 6, investidores irão analisar com atenção a publicação da ata da última reunião de política monetária do Fed.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro com entrega para junho encerrou a sessão em baixa de 0,34%, a US$ 1.927,50 a onça-troy.

Para o Commerzbank, o dólar firme e os juros dos Treasuries mais altos “parecem estar impedindo qualquer aumento no preço do ouro no momento”.

A taxa de câmbio entre o euro e o dólar está novamente abaixo da marca de US$ 1,10, e as taxas de juros reais nos EUA aumentaram visivelmente para -0,38% nos últimos dias – a maior desde junho de 2020 – porque as expectativas de inflação baseadas no mercado caíram, aponta o banco alemão.

O mercado parece acreditar que o Fed conseguirá recuperar o controle da inflação muito alta atual elevando as taxas de juros, avalia o Commerzbank. “Isso torna o ouro menos atraente como investimento alternativo. O fato de o ouro se manter firme apesar do aumento das taxas de juros reais é um sinal de força, em nossa opinião” conclui.

Neste contexto, os preços do ouro permaneceram incrivelmente resilientes, refletindo que fortes entradas de ETF (fundo negociado em bolsa) estão superando as saídas associadas a um Fed hawkish, que por sua vez está criando uma divergência entre os mercados de ouro e taxas de juros, avalia o TD Securities.