O contrato futuro de ouro mais líquido encerrou a sessão desta quinta-feira, 27, em baixa, após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizar na quarta-feira iminente aumento dos juros e impulsionar o dólar ante rivais às máximas desde junho de 2020.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega marcada para fevereiro fechou em queda de 2,00%, a US$ 1.793,10 a onça-troy.

Como esperado, o Fed manteve juros inalterados, mas indicou estar pronto para elevá-los em breve, em meio à escalada da inflação e à firme recuperação econômica nos Estados Unidos. O crescimento forte do Produto Interno Bruto (PIB) americano no quarto trimestre, conforme mostraram dados divulgados nesta quinta, apenas reforçaram a expectativa do mercado por uma alta de juros em março.

Com o aperto monetário no horizonte, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, avançou acentuadamente e forneceu pressão às commodities. A apreciação da divisa dos EUA tende a tornar esses ativos mais caros e, portanto, menos atraentes.

O Julius Baer explica que o anúncio do Fed de quarta foi recebido negativamente pelos mercados de metais preciosos. Nos últimos dias, o ouro vinha se beneficiando da fraqueza nos mercados acionários, mas o banco entende que o movimento de nesta quinta sugere que o cenário econômico continua sendo mais decisivo para a commodity.

“Reiteramos nossa visão de que qualquer recuperação não apoiada por buscadores de refúgio deve encontrar resistência mais cedo ou mais tarde, enquanto a economia estiver em modo de recuperação”, explica a instituição.